A Juventude moçambicana e o Desafio da Participação Cívica

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Por: Nice Novela

A juventude representa a maioria da população moçambicana, o que a torna, em teoria, uma força determinante para a transformação social do país. No entanto, a sua participação cívica continua limitada, frequentemente marcada por apatia, desilusão e exclusão dos processos decisórios.

A cidadania activa vai além do simples acto de votar. Envolve o acompanhamento das políticas públicas, a intervenção em debates sociais, a organização comunitária e a defesa de direitos. Embora os jovens moçambicanos tenham forte presença nas redes sociais, essa energia ainda não se traduz de forma significativa em envolvimento nas instituições e nas decisões que moldam o seu presente e futuro.

Diversos factores contribuem para esse afastamento: a ausência de uma educação cívica eficaz nas escolas, a fraca confiança nas instituições, o desemprego persistente, promessas políticas não cumpridas e a escassa valorização da voz juvenil nos espaços formais. Muitos jovens sentem que a sua participação “não faz diferença”, perpetuando um ciclo de desmotivação.

Especialistas alertam que esta realidade precisa ser revertida com urgência. O progresso de uma sociedade depende do envolvimento activo dos seus cidadãos, especialmente dos mais jovens. Para isso, é fundamental criar espaços reais de diálogo e decisão, onde os jovens se sintam ouvidos, valorizados e incluídos.

Escolas, associações juvenis, meios de comunicação e líderes políticos têm um papel crucial na promoção da cidadania activa. É necessário informar os jovens sobre os seus direitos e deveres, e incentivá-los a participar de forma construtiva na vida pública.
Cada gesto conta: participar em fóruns comunitários, denunciar injustiças, fazer voluntariado, desenvolver projectos sociais, integrar associações ou até candidatar-se a cargos públicos. A juventude moçambicana não deve esperar por um futuro melhor, deve ser protagonista na sua construção.

A participação cívica dos jovens não é apenas um direito constitucional. É uma necessidade urgente para o desenvolvimento sustentável e inclusivo de Moçambique.

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