Resumo
A formação contínua tornou-se essencial no mundo laboral atual, onde a tecnologia e a economia estão em constante evolução. O relatório Education Policy Outlook 2025 da OECD destaca a necessidade de atualização constante de competências ao longo da vida, identificando momentos-chave para a educação oferecer novas oportunidades. No entanto, a rigidez dos currículos, a falta de acessibilidade à formação contínua e a ênfase na memorização ainda prevalecem no sistema educativo. A obsolescência de competências tornou-se uma ameaça real, exigindo que os trabalhadores se reinventem para se manterem relevantes no mercado de trabalho. A aprendizagem ao longo da vida é crucial para a participação plena na sociedade moderna, sendo um direito fundamental para garantir a empregabilidade e a cidadania ativa.
A formação deixou de ser um ciclo com início e fim definidos. Hoje, quem para de aprender rapidamente fica fora do ritmo do mundo laboral. A economia transformou-se, os empregos mudaram, e a educação ainda tenta alcançar essa mudança.
O relatório Education Policy Outlook 2025, publicado pela OECD a 28 de Novembro de 2025, sintetiza aquilo que se tornou evidente nas últimas décadas, não existe carreira estável sem actualização constante. A tecnologia avança, a população envelhece, os sectores profissionais reorganizam-se, e atiram milhões de trabalhadores para a urgência de se reinventarem.
Hoje, um diploma pode perder relevância em poucos anos. Competências valiosas tornam-se obsoletas antes que os currículos se ajustem. Este desfasamento crescente empurra uma parte significativa da população para a incerteza, quem não se readapta ao tempo, perde espaço.
A escola formou-nos para um mundo estável, mas a estabilidade tornou-se excepção. A obsolescência já não é propriedade das máquinas, é uma ameaça para quem não consegue requalificar-se.
O relatório da OECD identifica quatro momentos decisivos — infância, adolescência, meio da carreira e pré-reforma — em que a educação deveria oferecer novas portas.
Mas ainda prevalece uma lógica rígida, currículos lentos a actualizar, formação contínua cara e pouco acessível, estrutura escolar centrada na memorização, avaliação que mede mais o passado do que o futuro. Fala-se de inovação, mas aprende-se para um mundo que já não existe.
A aprendizagem ao longo da vida não é um luxo, nem um ideal abstracto dos relatórios internacionais. É um direito que define a capacidade de participação plena na sociedade moderna. O emprego, o empreendedorismo, a cidadania, tudo depende do acesso verdadeiro à formação contínua.
Quem quiser manter-se nele não pode andar devagar.






