Actual conjuntura económica é preocupante, exige acção concertada entre o Governo e o sector privado – CTA

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O ambiente macroeconómico moçambicano enfrenta desafios significativos, impactando directamente a competitividade das empresas, o poder de compra das famílias e a capacidade de atracção de investimentos. O Economic Briefing de Fevereiro de 2025, realizado pela Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA), destacou os principais factores que moldam a actual conjuntura económica do país e os entraves que limitam a sua recuperação.

Para o Presidente da CTA, Agostinho Vuma, a actual conjuntura é preocupante e exige uma acção concertada entre o Governo e o sector privado para garantir um ambiente mais favorável ao investimento. “O novo Governo herda um ambiente macroeconómico desafiante, caracterizado pelo encarecimento dos custos de produção e pelas incertezas que travam a implementação de investimentos produtivos e geradores de emprego”, afirmou.

Deterioração do Índice de Ambiente Macroeconómico

Nos últimos meses de 2024, a economia moçambicana registou uma queda do Índice de Ambiente Macroeconómico, reflectindo um decréscimo de 3 pontos percentuais, passando de 53% para 50% no quarto trimestre do ano. Esse resultado evidencia um enfraquecimento da confiança empresarial e uma conjuntura marcada pela elevada incerteza económica.

O relatório da CTA assinala que, apesar da manutenção estável dos preços da gasolina e do gasóleo em 86,25 MT/L e 91,23 MT/L, respectivamente, o impacto da inflação e as dificuldades de acesso ao crédito empresarial contribuíram para a deterioração do ambiente de negócios. O custo da mão-de-obra também manteve-se estável, mas a estagnação da procura agregada e a fraca dinâmica económica têm colocado pressões adicionais sobre as empresas.

Se por um lado, o preço das commodities exportadas por Moçambique registou um aumento de 4,8 pontos percentuais, passando de 113,6 para 118,4, por outro, este crescimento não se traduziu numa melhoria do desempenho empresarial. A deterioração do volume de receitas e o aumento dos encargos operacionais agravaram a saúde financeira das empresas, o que resultou num aumento dos prejuízos médios por unidade de produção de 200,37 para 564,84 meticais.

Queda da Robustez Empresarial e Impactos na Competitividade

O impacto combinado do aumento dos custos operacionais, da estagnação da procura e do ambiente macroeconómico desfavorável reflectiu-se na redução do Índice de Robustez Empresarial, que caiu 5 pontos percentuais, de 30% para 25% no último trimestre de 2024.

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p style=”margin-top: 0in;text-align: justify;background-image: initial;background-position: initial;background-size: initial;background-repeat: initial;background-attachment: initial”>Este indicador revela a fragilidade do sector privado diante das adversidades económicas, mostrando que a capacidade das empresas para resistirem às crises tem diminuído consideravelmente. Para Agostinho Vuma, a situação exige medidas urgentes: “O sector empresarial está a enfrentar um período de extrema dificuldade, e se não forem tomadas acções imediatas para melhorar o acesso ao crédito e reduzir os encargos operacionais, muitas empresas não conseguirão manter as suas operações”, alertou.

Fonte: O Económico

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