Administração Trump Cancela 3,7 Mil Milhões USD em Financiamento para Energia Limpa: Setor Fala em Retrocesso Estratégico e Perda de Liderança Global

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Num dos maiores retrocessos ambientais da sua actual administração, o Presidente Donald Trump, através do Departamento de Energia (DOE), cancelou 3,7 mil milhões de dólares em subvenções destinadas a projectos de captura de carbono, hidrogénio limpo, armazenamento com renováveis e outras tecnologias de transição energética. A medida, anunciada a 30 de Maio de 2025, surge como parte de uma política mais ampla de recentragem dos investimentos energéticos nos combustíveis fósseis e na “segurança energética nacional”.

Revisão Financeira e Cortes Abruptos

Segundo o DOE, os projectos cancelados falharam em demonstrar viabilidade económica ou compatibilidade com os objectivos estratégicos da administração. A lista inclui:

“Estamos a fazer a nossa devida diligência para garantir que os recursos públicos sejam utilizados com o máximo retorno estratégico e económico”, afirmou Chris Wright, Secretário da Energia.

Indústria Reage: “Uma Oportunidade Perdida”

A decisão gerou fortes críticas de representantes do sector e legisladores. Para Jessie Stolark, da Carbon Capture Coalition, trata-se de um “grande passo atrás”, dado que os projectos “já tinham passado por um rigoroso processo técnico de aprovação”.

Frank Maisano, da firma Bracewell, alertou que a maioria dos projectos cancelados situava-se em estados tradicionalmente republicanos e envolvia tecnologias com apoio bipartidário no Congresso. Outros actores do sector consideram que a decisão prejudica a liderança industrial americana e compromete investimentos já realizados pelas próprias empresas beneficiárias.

O Retrocesso Da Transição Energética

Com este corte, a administração Trump dá continuidade a uma série de medidas de reversão dos compromissos ambientais da era Biden: redução de fundos, desmantelamento de regulamentos climáticos e aumento do apoio à indústria do petróleo e gás.

“É uma decisão míope que prejudica a competitividade dos EUA num mercado global cada vez mais orientado para tecnologias limpas”, declarou Steven Nadel, do American Council for an Energy-Efficient Economy.

A indústria alerta ainda para impactos sociais e laborais: perda de empregos de qualidade, aumento de emissões, e maior exposição de comunidades a poluição industrial.

Contexto: Revisão De 179 Projectos

A decisão segue-se a uma revisão abrangente de 179 projectos de energia limpa financiados pelo Office of Clean Energy Demonstrations, criado pela Lei de Infraestruturas Bipartidária de 2021. Esta ofensiva administrativa afecta subvenções que, em muitos casos, já estavam em fase de implementação.

O Departamento da Energia não incluiu nesta ronda cortes em projectos de hubs de hidrogénio (avaliados em 4 mil milhões USD), mas a sua continuidade permanece sob avaliação.

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p style=”margin-top: 0in;text-align: justify;background-image: initial;background-position: initial;background-size: initial;background-repeat: initial;background-attachment: initial”>A revogação de 3,7 mil milhões de dólares em financiamento marca um ponto de viragem na política energética dos EUA. Ao colocar em causa projectos de vanguarda na captura de carbono e no hidrogénio limpo, a Administração Trump prioriza a “eficiência fiscal” em detrimento da inovação climática e da liderança estratégica dos EUA no mercado global de tecnologias limpas. A médio prazo, esta decisão poderá custar mais do que poupar.

Fonte: O Económico

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