Resumo
A inflação na África do Sul mantém-se estável entre 2,7% e 3,4% desde Outubro de 2024, permitindo ao Banco de Reserva considerar uma nova descida de 25 pontos base até ao final de 2025 para estimular o crescimento económico. Com a inflação em torno dos 3%, analistas prevêem um novo corte nas taxas de juro em 2025, devido à diminuição da pressão inflacionária e dos preços dos combustíveis. Esta flexibilização monetária visa reduzir o custo do crédito e impulsionar a economia num contexto de fragilidade estrutural. Embora a medida possa beneficiar empresas e famílias, o Banco de Reserva pondera agir com prudência para manter a credibilidade da sua política anti-inflação e alcançar a meta de 3% a longo prazo, visando um crescimento adicional do PIB e fortalecimento do rand.
A inflação mantém-se estável entre 2,7% e 3,4% desde Outubro de 2024, abrindo espaço para o Banco de Reserva da África do Sul considerar uma nova descida de 25 pontos base antes do final de 2025. O objectivo é aliviar o custo do crédito e estimular o crescimento económico num contexto de fraqueza estrutural.
Com a inflação a estabilizar em torno dos 3%, a África do Sul poderá avançar com um novo corte nas taxas de juro em 2025, segundo analistas. O Banco de Reserva tem agora maior margem de manobra para estimular a economia, à medida que a pressão inflacionária diminui e os preços dos combustíveis recuam, abrindo espaço para uma política monetária mais expansionista e menos restritiva.
Inflação Estável Abre Espaço para Flexibilização Monetária
O economista-chefe da Stanlib, Kevin Lings, considera que, apesar de a inflação se manter ligeiramente acima da meta implícita de 3%, o Banco de Reserva da África do Sul (SARB) dispõe de espaço suficiente para reduzir as taxas de juro antes do final do ano.
O índice de preços ao consumidor subiu 0,2% em Setembro, elevando a taxa anual de 3,3% para 3,4%, mas permanecendo dentro de uma margem considerada estável e controlada.
Segundo Lings, “a inflação tem-se mantido num intervalo estreito entre 2,7% e 3,3% desde Outubro de 2024, o que demonstra contenção e reduz a necessidade de manter taxas de juro tão elevadas num contexto de crescimento económico fraco”.
Efeitos Positivos de uma Política Monetária Mais Branda
A perspectiva de um corte adicional de 25 pontos base poderá ter efeitos positivos significativos sobre o custo de financiamento, tanto para empresas como para famílias, numa economia ainda fragilizada pelo desemprego e baixo investimento produtivo.
Uma política monetária mais acomodatícia também ajudaria a reduzir os custos do serviço da dívida pública, que actualmente representam 5,4% do PIB, podendo cair para 4,8% até 2035, segundo estimativas do próprio Banco de Reserva.
Além disso, a manutenção de uma inflação baixa e previsível poderá fortalecer o rand, atrair investimento estrangeiro e melhorar a confiança do mercado.
Desafios: Credibilidade e Sustentabilidade
Apesar do cenário favorável, Kevin Lings alerta que o SARB pode optar por agir com prudência para preservar a credibilidade da sua política anti-inflação, evitando cortes prematuros que possam reverter a estabilidade conquistada.
O governador Lesetja Kganyago reiterou que a meta implícita de 3% é um “objectivo de longo prazo” que visa aproximar a África do Sul das economias desenvolvidas, reduzindo o diferencial inflacionário e assegurando menores custos de capital no futuro.
O banco central estima que a redução sustentada da inflação para 3% possa gerar 0,25% adicionais de crescimento anual do PIB nos próximos cinco anos, e até 0,4% ao fim de uma década.
Perspectiva Regional
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p style=”margin-top: 0in;text-align: justify;background-image: initial;background-position: initial;background-size: initial;background-repeat: initial;background-attachment: initial”>Uma eventual redução da taxa de juro na África do Sul teria impacto positivo nos mercados financeiros da SADC, incluindo Moçambique, que importa parte das suas dinâmicas cambiais e comerciais. A estabilização do rand tende a fortalecer o metical, reduzir pressões importadas e melhorar a previsibilidade para os agentes económicos regionais.
Fonte: O Económico

 
                                    
