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Wednesday, October 8, 2025
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África Subsariana Mantém Crescimento Resiliente, Mas Enfrenta Desafio Urgente De Emprego

Resumo

O Banco Mundial prevê um crescimento de 3,8% na economia da África Subsariana em 2025, destacando a resiliência económica da região. No entanto, alerta para a crise de emprego juvenil, salientando que o ritmo de expansão não é suficiente para criar empregos de qualidade e reduzir a pobreza extrema, num continente onde a população ativa cresce rapidamente. O relatório aponta para uma aceleração moderada do crescimento impulsionada pela redução da inflação e recuperação da confiança dos investidores, mas alerta para riscos descendentes significativos, como a volatilidade das políticas comerciais globais e o aumento dos custos da dívida. Para enfrentar estes desafios, destaca-se a necessidade de estimular um crescimento mais inclusivo, investir em infraestruturas críticas e reforçar o capital humano, com foco na educação técnica e competências digitais.

Economia Regional e Mercado de Trabalho

Banco Mundial Prevê Crescimento De 3,8% Para África Subsariana Em 2025, Mas Alerta Para Crise De Emprego Juvenil

A economia da África Subsariana deverá crescer 3,8% em 2025, confirmando a resiliência económica da região num contexto global de incertezas. Segundo o Africa’s Pulse — a actualização económica semestral do Banco Mundial —, a trajectória positiva decorre da redução das pressões inflacionistas e da retoma gradual do investimento privado. Porém, o relatório alerta que o ritmo de expansão continua insuficiente para criar empregos de qualidade e reduzir a pobreza extrema num continente onde a população activa cresce a um dos ritmos mais rápidos do mundo.

De acordo com o Banco Mundial, a região registará uma aceleração moderada do crescimento, impulsionada pelo alívio das restrições de oferta, pela descida da inflação e pela recuperação parcial da confiança dos investidores. O número de economias com inflação de dois dígitos caiu de 23 em 2022 para 10 em 2025, evidenciando maior estabilidade de preços.

Contudo, os riscos descendentes permanecem significativos. A volatilidade das políticas comerciais globais, a redução do financiamento externo — incluindo da ajuda pública ao desenvolvimento — e o aumento dos custos da dívida ameaçam a sustentabilidade das finanças públicas. O serviço da dívida externa duplicou na última década, atingindo 2% do PIB regional em 2024, ao passo que quase metade dos países africanos estão agora em situação de endividamento elevado ou em risco de incumprimento.

“O desafio será corresponder o rápido crescimento da população com empregos de qualidade”, advertiu Andrew Dabalen, economista-chefe do Banco Mundial para a região africana. “Apenas 24% dos novos trabalhadores conseguem actualmente um emprego assalariado, o que torna essencial uma transformação estrutural que impulsione o crescimento das médias e grandes empresas.”

O relatório observa que a África Subsariana vive a maior e mais rápida transição demográfica do planeta, com o número de pessoas em idade activa a aumentar em mais de 600 milhões até 2050. Para que esta expansão populacional se traduza em dividendos económicos e não em tensões sociais, será necessário estimular um crescimento mais inclusivo e intensivo em emprego.

Entre as prioridades de política económica, o Africa’s Pulse destaca a necessidade de reduzir os custos de fazer negócios, simplificar o ambiente regulatório e investir em infra-estruturas críticas — energia, transportes e digitalização — capazes de sustentar a produtividade e atrair investimento privado.

O documento enfatiza também a importância do capital humano. O reforço da educação técnica e profissional, aliado ao desenvolvimento de competências digitais, é visto como crucial para preparar a força de trabalho jovem para os sectores emergentes da economia africana.

Além disso, o Banco Mundial recomenda o estímulo à iniciativa privada em áreas de forte efeito multiplicador sobre o emprego, como agro-indústria, mineração, turismo, saúde, habitação e construção civil. O turismo, por exemplo, gera 1,5 empregos adicionais por cada posto directo criado, demonstrando o seu potencial de encadeamento produtivo.

Em termos estruturais, o relatório defende que os governos devem reforçar as instituições e a governação, combatendo a corrupção e garantindo estabilidade regulatória e previsibilidade macroeconómica — condições indispensáveis para restaurar a confiança do sector privado e promover crescimento sustentável e inclusivo.

“Com as reformas certas e investimentos adequados, a África Subsariana pode desbloquear o seu imenso potencial de emprego e traçar um caminho de prosperidade partilhada”, conclui o Africa’s Pulse 2025.

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p style=”margin-top: 0in;text-align: justify;background-image: initial;background-position: initial;background-size: initial;background-repeat: initial;background-attachment: initial”>No geral, o relatório reitera uma mensagem central: a resiliência económica de África é real, mas frágil. Sem um salto qualitativo na criação de empregos e produtividade, a actual recuperação pode revelar-se transitória. O desafio de transformar crescimento em melhoria efectiva das condições de vida mantém-se como a grande prova de maturidade das economias africanas no horizonte de 2025-2030.

Fonte: O Económico

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