Agentes das FDS confundidos como terroristas e linchados em Chiúre

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Os Naparamas, um grupo de guerrilheiros tradicionais no norte do país, matou dois militares no distrito de Chiúre, na semana passada e a população matou outros dois cidadãos, alegadamente por serem estranhos na zona que dias antes foi alvo de ataques terroristas. A polícia confirma e diz que foi ao local da ocorrência, tendo conseguido apenas recuperar uma arma de fogo, 26 munições, e uma motorizada

A morte dos dois militares ocorreu por volta das nove horas do dia 27 de Julho passado, concretamente na aldeia Nivenevene, no distrito de Chiure, província de Cabo Delgado, mas o facto só  foi confirmado pela Polícia da República de Moçambique esta semana.

De acordo com a porta-voz da Polícia da República de Moçambique em Cabo Delgado, Eugènia Nhamussua, foi a agitação popular que terá dado o alerta às autoridades policiais.

“No posto policial de Okua, neste caso no posto administrativo de Okua, cerca das 11h30, teríamos tomado conhecimento da agitação popular. A agitação popular surgiu no âmbito do aparecimento de quatro indivíduos que se faziam transportar numa motorizada, indivíduos estes que eram desconhecidos pela população, facto que gerou esta revolta e agitação”, explicou Eugénia Nhamussua. 

A polícia explica que os quatro indivíduos teriam sido interpelados no bairro Nahurunga, e que os mesmos, depois de terem sido impedidos de continuar com a sua marcha, teriam sido cercados pela população e agredidos fisicamente.

“Desta agressão física, dois teriam perdido a vida no local e os dois restantes teriam ficado gravemente feridos e que a polícia da República de Moçambique teria conseguido chegar ao local de facto e socorrido estes dois que se encontravam em vida, para o hospital de Chiúre e também procedeu a remoção dos corpos dos outros dois para a morgue”, prosseguiu a porta-voz da PRM em Cabo Delgado.

Dois dias depois da morte dos militares, ainda no distrito de Chiure, a Polícia da República de Moçambique registou mais um homicídio, mas desta vez as vítimas foram dois cidadãos civis, supostamente confundidos com terroristas.

Os mesmos terão sido espancados pela população até à morte e depois ateado fogo sobre eles, mesmo na presença de crianças.

“Tivemos o conhecimento da ocorrência deste caso de homicídio agravado, tendo sido vítimas dois cidadãos que em vida prestavam serviço às Forças Armadas de Defesa de Moçambique. Estes teriam sido interpelados na aldeia Niveniveni por um grupo de naparamas que teriam conduzido estes dois indivíduos à residência de um de seus responsáveis. Chegado ao local, estes teriam sido agredidos fisicamente até a sua morte, uma vez que na altura dos factos traziam consigo uma arma de fogo do tipo pistola e cerca de 26 munições e também uma motorizada”, disse Eugénia Nhamussua.

Posto este facto, segundo explicação da porta-voz da PRM em Cabo Delgado, a Polícia da República de Moçambique, juntamente com as Forças Armadas de Defesa de Moçambique fizeram-se seu local de facto, entretanto, “infelizmente na altura da chegada desta equipa, estes dois cidadãos já teriam perdido a sua vida, mas foi possível recuperar a arma de fogo, as 26 munições, bem como a motorizada”.

Os dois casos de homicídios confirmados pela PRM ocorreram na semana em que o distrito de Chiure foi alvo de supostos ataques terroristas e segundo informações, durante os combates o grupo armado matou alguns membros dos Naparamas quando estes tentavam defender as aldeias.

Fonte: O País

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