ALERTA MÁXIMO: MPOX GANHA TERRENO NO NORTE DO PAÍS “

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FOTO: DW

Por: Alda Banze

Moçambique está em alerta sanitário com a subida de casos confirmados da doença Mpox (anteriormente conhecida como varíola dos macacos), sobretudo na província do Niassa, onde o número de infecções saltou de sete para 13 em apenas alguns dias. A situação sanitária, ainda controlável, exige acção urgente e vigilância apertada por parte das autoridades de saúde e da população em geral.

O que é a Mpox?

A Mpox é uma doença viral rara, mas potencialmente grave, causada pelo vírus Monkeypox, pertencente à mesma família do vírus da varíola humana. Identificada inicialmente em África Central e Ocidental, a doença tem vindo a reaparecer em várias partes do mundo, incluindo em países africanos onde os sistemas de saúde são mais vulneráveis.

Os sintomas surgem normalmente entre cinco e 21 dias após o contágio e incluem febre, dores musculares, fadiga, inchaço dos gânglios linfáticos e erupções cutâneas que evoluem para pústulas, afectando frequentemente mãos, rosto e outras partes do corpo. Apesar de, na maioria dos casos, a doença ser ligeira, pode tornar-se grave em pessoas vulneráveis como crianças, grávidas e indivíduos com imunidade comprometida.

Actualmente, não existe um tratamento específico para a Mpox, mas a maioria dos doentes recupera espontaneamente entre duas a quatro semanas. Em casos mais graves, podem ser utilizados antivirais aprovados para uso específico. A vacina contra a varíola tradicional pode oferecer alguma protecção cruzada contra o vírus da Mpox.

Segundo o Ministério da Saúde de Moçambique (MISAU), O número de casos positivos da Mpox aumentou de 13 para 17, segundo dados das autoridades da Saúde. Os pacientes continuam isolados na província de Niassa, num contexto em que há no país 96 casos suspeitos. Segundo as autoridades, ainda não há registo de óbitos no país, como resultado do surto do vírus que afecta vários países.

Face a este cenário, é urgente reforçar as acções de prevenção e resposta para evitar um surto mais amplo de Mpox. A realização de campanhas massivas de sensibilização, especialmente em comunidades rurais e isoladas, é essencial. Estas acções devem ser adaptadas ao contexto local, utilizando línguas nacionais e meios de comunicação comunitários para garantir que a informação chegue de forma clara e eficaz.

Paralelamente, é fundamental aumentar a capacidade de testagem e o rastreio de contactos, sobretudo em zonas fronteiriças e com grande mobilidade populacional. A identificação precoce de casos permitirá isolar rapidamente os infectados e manter os suspeitos sob vigilância activa, evitando novas cadeias de transmissão.

Mais do que nunca, é vital promover uma cultura de prevenção e responsabilidade partilhada. A população precisa estar bem informada para saber como se proteger e quando procurar apoio médico. Sem o envolvimento consciente de todos os cidadãos, qualquer estratégia de contenção será limitada na sua eficácia.

A população deve:

  • Evitar o contacto com pessoas com lesões suspeitas;
  • Lavar as mãos frequentemente com água e sabão;
  • Evitar partilhar toalhas, roupas ou objectos de uso pessoal;
  • Procurar assistência médica imediata ao surgimento de sintomas suspeitos.

A Mpox não é apenas uma ameaça silenciosa, é um teste à capacidade de resposta de saúde pública em Moçambique. E, como em qualquer crise sanitária, a informação é a primeira linha de defesa.

 

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