ANISTIA internacional exige investigação urgente a suspeita de envenenamento de jornalista moçambicana Selma Inocência

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Por: Gentil Abel

A Amnistia Internacional apelou às autoridades moçambicanas para que investiguem com urgência a suspeita de envenenamento da jornalista Selma Inocência Marivate e condenam publicamente todos os ataques contra profissionais da comunicação social.

Em 27 de Julho, a jornalista Selma Inocência Marivate denunciou à Amnistia Internacional de ter sido alvo de envenenamento com metais pesados durante uma viagem de trabalho a Maputo, em Março de 2025. Pouco depois do regresso à Europa, a jornalista adoeceu gravemente e exames clínicos confirmaram a presença de substâncias tóxicas no organismo, em concentrações consideradas clinicamente inexplicáveis.

Segundo a Amnistia, Selma encontra-se em estado crítico, submetida a um tratamento intensivo para remover os metais do sangue. No entanto, o processo é demorado e implica risco de complicações para a sua saúde.

Selma Inocência Marivate tem desenvolvido a sua carreira entre Moçambique e a Alemanha, produzindo trabalhos jornalísticos em áreas como direitos humanos, governação e democracia. O seu estado de saúde e a gravidade da denúncia levantaram sérias preocupações sobre a segurança de jornalistas moçambicanos, que frequentemente enfrentam intimidações, ameaças e restrições no exercício da profissão. Sendo assim, a Amnistia Internacional considera que o caso não pode ser ignorado e exige que o Estado moçambicano actue com transparência. “As autoridades devem investigar de forma urgente, independente e imparcial esta suspeita de envenenamento, identificar os responsáveis e condenar publicamente todos os ataques contra jornalistas”, lê-se no apelo. Mais do que um pedido de justiça, a organização entende que este é um teste ao compromisso de Moçambique com a liberdade de imprensa.

Diversas organizações internacionais têm alertado para os riscos enfrentados por jornalistas no país, sobretudo os que investigam corrupção, violações de direitos humanos e governação pública. Recorde-se que episódios como o assassinato do jornalista Carlos Cardoso, em 2000, ainda são lembrados como marcos dolorosos na história da imprensa moçambicana.

Por fim, o caso de Selma reacende o debate sobre a protecção de jornalistas e a garantia da liberdade de imprensa.

 

 

 

 

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