Martín Anselmi aproveitou a sua apresentação como novo treinador do FC Porto para dar uma espécie de miniaula do futebol que que a equipa pratique, salientando que a equipa tem de se reconstruir constantemente.
«Queremos apresentar um futebol de vantagens, onde ocupamos posições. Acredito ardentemente nisso para atacar. Podemos construir com três, mas se um líbero aparece como médio centro já estamos com quatro. Podemos jogar com duplo pivot (médios), mas se um avança, já estamos só com um. Para atacar ter um sistema rígido não nos favorece. Na parte ofensiva temos um sistema que se decompõe e compõe constantemente. E vai depender do rival. Para defender há um sistema, porque há uma ordem. Temos de entender de onde partimos, para onde vamos, como saltamos, quem corre, quem ajusta. Gostamos muito de estudar o adversário, vamos jogar em função dele. Porque a forma como que eles defenderem é que define como vamos a atacar. Precisamos jogadores que entendam o jogo. Se vamos por dentro ou por fora, onde temos vantagem, onde temos um homem livre ou um espaço. Tudo isso faz com que o sistema se mova», explicou o treinador argentino no púlpito do museu do Estádio do Dragão, sob o olhar arrebatado do presidente André Villas-Boas.
Anselmi continuou a explicação, detalhando: «Para defender temos trabalhado com uma linha de três ou de cinco, mas que também se decompõe constantemente. Pode converter-se numa linha de quatro, depende se estamos com dois avançados ou com um. Mas não quero amarras. Temos de reconstruir-nos constantemente para continuar a evoluir. O futebol evolui, os adversários também te estudam e também melhoram. O adversário é o nosso maior mestre. Temos de nos reinventar a partir do que o rival nos ensina. A cada jogo temos de apresentar a melhor estratégia para aproveitar as debilidades do rival e que as suas forças não nos causem dano.»
Depois de assistir ao empate com o Santa Clara na noite de domingo na tribuna do Dragão, Anselmi toma esta tarde o primeiro contacto com o plantel, no centro de estágios do Olival, e promete «construir uma equipa que represente e identifique todos os portistas».
«Gosto que os jogadores participem, que opinem, que nos apresentem soluções. Isso não se vê num vídeo, vê-se cara a cara, em cada treino. Temos pouco tempo, há que melhorar. Temos bons jogadores, que estão totalmente capacitados para jogar no FC Porto. Queremos convidá-los a ser melhores», afirmou, sem revelar se há margem para algum reforço do plantel antes do fecho do mercado de inverno.
Villas-Boas aproveitou o momento para frisar que Anselmi é defensor de um «futebol arrojado, que encaixa nas linhas que o FC Porto defende». «Todos vão ficar entusiasmados com o futebol que o Martín propõe. Um futebol ofensivo, agressivo, que vai encher de alma os adeptos do FC Porto», concluiu o presidente.
Anselmi assina por duas épocas e meia, até 2027. O técnico argentino de 39 anos terá como adjuntos o seu compatriota argentino e o espanhol Luis Pastur. Também traz consigo o preparador físico uruguaio Diego Bottaioli, enquanto o argentino Darío Herrera e o português Diogo Almeida, ambos treinadores de guarda-redes – este último transita do staff anterior – completam a nova equipa técnica dos azuis e brancos.
Fonte: Mais Futebol