Resumo
O bem-estar emocional é agora reconhecido como essencial, sendo as relações saudáveis fundamentais para o equilíbrio psicológico. Enquanto exercício físico e alimentação são importantes, relações tóxicas podem minar os esforços individuais. Por outro lado, relações baseadas em confiança e apoio mútuo ajudam a enfrentar desafios, reduzindo sintomas de ansiedade e depressão. Em Portugal, pressões económicas e sociais fragilizam as redes de apoio tradicionais, destacando a importância de fortalecer relações positivas como investimento no bem-estar coletivo. Práticas simples como ouvir, respeitar limites e procurar apoio profissional são essenciais. Cuidar das relações é um ato de autocuidado, essencial para a verdadeira saúde emocional, como reflete o provérbio bantu citado.
Por: Gelva Aníbal
O bem-estar emocional, deixou de ser visto como um tema secundário. Hoje, cada vez mais se reconhece que cuidar da saúde mental é tão essencial quanto cuidar do corpo. Mas, há um aspeto que muitas vezes passa despercebido, a qualidade das relações que mantemos pode ser decisiva para o equilíbrio psicológico.
Há uma necessidade de praticar exercícios físicos, ter uma boa alimentação ou reservar momentos de descanso. Se estivermos rodeados de relações tóxicas, pautadas pela crítica constante, pela ausência de empatia ou pela manipulação, qualquer esforço individual torna-se insuficiente.
Por outro lado, quando se cultivam relações saudáveis, baseadas na confiança, no apoio mútuo e no diálogo aberto, criam-se condições para enfrentar melhor os desafios do quotidiano.
Pesquisas, confirmam que pessoas com redes de apoio sólidas apresentam menos sintomas de ansiedade, depressão e stress. No país, a tradição comunitária e familiar sempre funcionou como um alicerce emocional. Porém, a pressão económica, o desemprego, a violência urbana e até a migração interna fragilizam este tecido social, deixando muitos sem o suporte necessário.
Neste cenário, defende-se que o fortalecimento de relações positivas deve ser visto como um investimento no bem-estar coletivo. Algumas práticas podem parecer simples, mas fazem toda a diferença: ouvir com atenção, respeitar limites, reservar tempo de qualidade para os outros e, quando necessário, procurar apoio profissional.
Cuidar das nossas relações não é apenas um ato de generosidade para com o próximo, é também um gesto de autocuidado. Afinal, como lembra o provérbio bantu, “uma pessoa é uma pessoa através de outras pessoas”. E é neste laço invisível entre nós e os outros que se encontra uma das chaves para a verdadeira saúde emocional.
