Mais Trincões, menos Ronaldos: eis o segredo que só Roberto Martínez desconhecia

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Nota: Portugal venceu a Dinamarca e apurou-se para a final a quatro da Liga das Nações, onde tem de passar a Alemanha para chegar à final

Quem é o melhor jogador português de sempre? Fácil: Cristiano Ronaldo. Quem é o melhor jogador português deste momento? Difícil… mas fácil: não é Cristiano Ronaldo.

A partir daí podemos dizer que é Vitinha, que é Nuno Mendes, que é Rafael Leão ou por aí adiante, até porque há muitos em boa forma – podemos juntar Bruno Fernandes ou João Neves.

O que parece mais ou menos evidente é que há vários jogadores portugueses em bom momento, mas essa informação pode não chegar à mesma velocidade à Cidade do Futebol. Só isso explica o que se viu este domingo no Estádio de Alvalade, que acabou por mimetizar algumas das decisões incompreensíveis tomadas pelo selecionador, Roberto Martínez, em Copenhaga.

Depois de mais um jogo a aquecer o banco no Parken, Francisco Trincão teve, finalmente, um bocadinho de espaço para mostrar porque é que é um dos melhores jogadores da Liga e, por arrasto, um dos melhores portugueses da época. Em apenas 10 minutos conseguiu aparecer para finalizar com estrondo e colocar Portugal a ganhar o jogo, empatando a eliminatória que só não ficou resolvida na Dinamarca graças a Diogo Costa.

Aí ainda Cristiano Ronaldo estava em campo, ele que tentou muito, mas conseguiu pouco, à exceção da recarga que voltou a colocar Portugal em vantagem a meio de uma partida louca em que ainda voltaria a permitir o empate da Dinamarca, que foi perdendo fôlego com o passar do tempo.

Melhorava Portugal, então. Receita aparentemente fácil: jogam os melhores, joga-se melhor. E ninguém diz que Francisco Trincão é melhor que Francisco Conceição, o titular naquele lado este domingo. Dizemos antes que Francisco Trincão está a fazer uma época muito melhor que a de Francisco Conceição.

Só isso explica o que fez logo a abrir o prolongamento, com um chocolate dado a Kasper Schmeichel num remate em arco que fez o 4-2 e colocou Portugal pela primeira vez na frente da eliminatória, quando até já tinham passado mais de 180 minutos da mesma.

De repente, e já sem um desinspirado e até por vezes desaquado Cristiano Ronaldo – culpa que não será só dele, que até avisou que preferia ficar de fora se isso significasse a vitória -, Portugal avançava para outra dimensão. Mas essa desinspiração do capitão, que durou quase toda a eliminatória, só chegou ao radar de Roberto Martínez no fim do segundo jogo.

Gonçalo Ramos, outro nome grande desta eliminatória, embora tenha jogado muito pouco tempo, também foi a tempo de mostrar que, ao contrário do que disse o selecionador, não é preciso ter jogado uma competição para poder participar nela. O avançado do PSG acabou por juntar um golinho no marcador e, no fim de contas, Portugal acabou a golear a Dinamarca.

No fim do dia, é claro que Portugal pode continuar a contar com Cristiano Ronaldo, que continua sempre a provar a sua utilidade. Pode contar também com Francisco Conceição, com Rúben Dias, Bernardo Silva ou com quaisquer outros “Ronaldos” que estejam por estes dias mais fora dela. Tem é de perceber que há também outros, os Trincões – Gonçalo Ramos, Diogo Jota… -, que podem e devem contar para alguma coisa.

É bom que cheguemos à final a quatro, a 4 de junho, com essa ideia presente. O adversário é a Alemanha e não vai dar para devaneios.

Fonte: CNN Portugal

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