Sal Energia Investe Mais de US$ 100 Milhões Para Instalar Central Solar em Chibuto

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A empresa Sal Energia anunciou um investimento de 110 milhões de dólares para a instalação de uma central solar na província de Gaza, sul de Moçambique. O projecto, que terá uma capacidade instalada de 95 megawatts (MW), resulta de uma parceria entre a Sal Energia e a Eléctrica de Moçambique (EDM) e visa reforçar a capacidade da rede eléctrica nacional.

De acordo com o Estudo de Impacto Ambiental da Central Solar de Chibuto, a Sal Energia será responsável pelo desenvolvimento, financiamento e construção da central, bem como pela infra-estrutura associada à ligação à rede eléctrica. O projecto será implantado numa área de 211 hectares, na sede administrativa de Chibuto, e incluirá a construção de uma linha de transmissão de 275KV com cerca de 10 quilómetros até à subestação de Chibuto.

Crescimento da Energia Solar em Moçambique

A produção de electricidade através de parques solares em Moçambique cresceu 18,6% em 2024, mas ainda representa menos de 1% do total da produção energética do país. Segundo o relatório da execução orçamental de Janeiro a Dezembro de 2024, a produção eléctrica em cinco grandes parques solares e outras pequenas centrais ultrapassou 101.247 megawatts-hora (MWh), um aumento significativo face aos 85.343 MWh registados em 2023.

No entanto, a meta definida pelo Governo para 2024, que previa 138.808 MWh provenientes de parques solares, não foi atingida. A energia solar representou apenas 0,5% da produção total do país, sendo que a matriz energética nacional continua a ser dominada pelas hidroeléctricas, que responderam por 83,8% da produção eléctrica em 2024, com destaque para a Hidroeléctrica de Cahora Bassa, que sozinha contribuiu com 81,7%.

Perspectivas para a Transição Energética

Moçambique tem um plano ambicioso para expandir a geração de energia renovável até 2030, com o objectivo de adicionar 1.000 MW de capacidade solar à rede. A Estratégia de Transição Energética (ETS), documento divulgado pelo Governo em 2024, defende que a aceleração dos projectos solares e eólicos é a forma mais eficiente de garantir energia sustentável para exportação e para o consumo industrial interno.

De acordo com o plano, Moçambique prevê instalar 1.000 MW de capacidade solar fotovoltaica até 2030 em Dondo, Lichinga, Manje, Cuamba, Zitundo e outras localizações estratégicas, além de 200 a 500 MW de capacidade eólica ‘onshore’ em regiões como Inhambane e Lagoa Pathi.

A longo prazo, o objectivo é que, até 2050, Moçambique tenha pelo menos 7,5 gigawatts (GW) de energia solar e 2,5 GW de energia eólica instalados. Para isso, o Governo aposta no Programa de Leilões de Energias Renováveis, uma iniciativa que introduziu concorrência na adjudicação de contratos e que tem sido apontada como uma estratégia bem-sucedida, inspirada na rápida expansão da energia solar na África do Sul.

Impacto e Oportunidades Para Investidores

O aumento da capacidade solar e eólica em Moçambique poderá atrair grandes investidores industriais que necessitam de electricidade limpa e acessível. O ETS recomenda que sejam criadas condições regulatórias favoráveis para estimular o desenvolvimento de projectos de energia renovável em grande escala.

Para garantir a competitividade e a optimização dos custos de produção, o Governo deverá continuar a apostar na expansão da energia solar e eólica como solução para atender à crescente procura de electricidade de forma sustentável. A criação de novos parques solares e centrais eólicas será essencial para consolidar a posição de Moçambique como um actor estratégico no mercado de energias renováveis na África Austral.

Com projectos como a Central Solar de Chibuto, Moçambique caminha para uma “revolução solar”, tornando-se um dos países com maior potencial para liderar a transição energética no continente.

Fonte: O Económico

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