Resumo
O avanço no Senado dos EUA para reabrir o Governo federal após 40 dias de bloqueio orçamental impulsionou os mercados globais, com bolsas em terreno positivo. Os futuros do Nasdaq e do S&P 500 subiram, assim como os índices europeus e asiáticos, embora analistas alertem para a persistência da volatilidade. A paralisação afetou vários setores e já tem impacto na economia, com a confiança dos consumidores em queda. Os rendimentos do Tesouro norte-americano subiram ligeiramente, enquanto o dólar se recuperou. A resolução do impasse pode trazer previsibilidade aos mercados, mas expôs fragilidades na gestão orçamental e na confiança internacional nos ativos dos EUA.
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p style=”margin-top: 0in;text-align: justify;background-image: initial;background-position: initial;background-size: initial;background-repeat: initial;background-attachment: initial”>Avanço no Senado norte-americano renova confiança dos investidores e impulsiona acções e futuros, enquanto os rendimentos do Tesouro e o dólar estabilizam após semanas de incerteza política e bloqueio orçamental.
As bolsas mundiais abriram a semana em terreno positivo, impulsionadas pelo optimismo de que o impasse político em Washington possa finalmente chegar ao fim. O Senado dos Estados Unidos deu um passo decisivo rumo à reabertura do Governo federal, encerrando um bloqueio orçamental que já dura 40 dias — o mais longo da história do país — e que tem afectado trabalhadores, serviços públicos e indicadores económicos.
Mercados Reagem Ao Sinal Político De Desbloqueio
O anúncio do progresso no Senado elevou o sentimento de mercado e provocou uma reacção imediata nos principais índices. Os futuros do Nasdaq subiram 1,2 %, enquanto os futuros do S&P 500 avançaram 0,7 %. Na Europa, o EUROSTOXX 50 e o DAX registaram ganhos superiores a 1 %, e o FTSE 100 valorizou 0,85 %.
Na Ásia, o MSCI Ásia-Pacífico (excluindo o Japão) aumentou 1 %, enquanto o Nikkei de Tóquio avançou 0,97 %. Em contrapartida, o índice CSI 300 chinês recuou ligeiramente (-0,24 %), ao passo que o Hang Seng de Hong Kong subiu 0,6 %.
Apesar do entusiasmo, analistas alertam para a persistência da volatilidade. “Os mercados podem ter um alívio de curto prazo, mas a volatilidade motivada por manchetes deverá continuar até haver uma resolução definitiva”, afirmou Charu Chanana, estratega-chefe da Saxo.
Impacto Económico De Um Encerramento Prolongado
A paralisação governamental — que já afectou sectores desde aeroportos até forças de segurança e atrasou programas de assistência alimentar — começa a deixar marcas profundas na economia.
Segundo o conselheiro económico da Casa Branca, Kevin Hassett, o PIB do quarto trimestre poderá mesmo entrar em terreno negativo se o bloqueio se prolongar.
Os dados divulgados na sexta-feira anterior revelaram uma forte queda da confiança dos consumidores, para o nível mais baixo dos últimos três anos e meio, reflexo do receio das famílias quanto ao impacto económico do impasse político.
“Mesmo que o acordo seja aprovado e devolva confiança e liquidez, o dano sobre o crescimento já está feito”, sublinha Chanana, referindo-se ao shutdown mais longo da história dos EUA.
Obrigações E Moedas Mantêm-se Prudentes
Nos mercados obrigacionistas, os rendimentos do Tesouro norte-americano subiram ligeiramente: a yield de 10 anos avançou 3,5 pontos base, para 4,13 %, e a de 2 anos ganhou 3 p.b., para 3,59 %.
No mercado cambial, o dólar recuperou parte das perdas da semana anterior, à medida que os investidores equilibram a expectativa de crescimento económico com o discurso cauteloso da Reserva Federal. O euro desvalorizou 0,08 %, para 1,1556 USD, e a libra esterlina recuou 0,14 %, para 1,3147 USD, enquanto o índice do dólar estabilizou nos 99,66 pontos.
Os mercados atribuem actualmente 63 % de probabilidade a um corte de taxas em Dezembro, mas vários dirigentes da Fed defenderam na semana passada uma abordagem mais contida, preferindo adiar novas reduções até haver dados mais consistentes.
Perspectiva Global
Embora o alívio imediato seja bem-recebido, o prolongado bloqueio revelou fragilidades na gestão orçamental e nos mecanismos de consenso político norte-americano. A falta de relatórios económicos oficiais — consequência directa da paralisação de departamentos federais — levou mesmo analistas a descreverem a Fed como estando a “voar às cegas”.
A resolução do impasse pode devolver alguma previsibilidade aos mercados, mas o episódio deixa marcas duradouras na percepção internacional sobre a resiliência institucional dos Estados Unidos — e, por extensão, sobre a confiança global nos activos norte-americanos.
Fonte: O Económico
