27.1 C
New York
Tuesday, December 2, 2025
InícioEconomiaBrent e WTI recuperam após decisão da OPEC+, ataques à infraestrutura e...

Brent e WTI recuperam após decisão da OPEC+, ataques à infraestrutura e tensões EUA–Venezuela reacendem preocupações de oferta

Resumo

A valorização do Brent e do WTI deve-se a decisões da OPEC+, ataques a infraestruturas e tensão geopolítica, mas não altera a fragilidade estrutural do mercado devido ao excesso de oferta. Ambos os preços iniciaram a semana em alta devido à decisão da OPEC+ de manter os cortes de produção no primeiro trimestre de 2026 e a instabilidade geopolítica. O Brent Crude subiu para 63,39 dólares por barril e o WTI para 59,55 dólares, refletindo uma melhoria na confiança. A decisão da OPEC+ foi esperada pelos analistas, que alertaram para a necessidade de cautela devido à trajetória descendente dos preços nos últimos meses. O ataque ao Caspian Pipeline Consortium, responsável por mais de um por cento da oferta global, aumentou a incerteza no mercado.

<

p style=”margin-top: 0in;text-align: justify;background-image: initial;background-position: initial;background-size: initial;background-repeat: initial;background-attachment: initial”>A valorização do Brent e do WTI resulta de factores conjunturais — decisão prudente da OPEC+, ataques a infraestruturas e nova tensão geopolítica — mas não altera a tendência estrutural de fragilidade do mercado, marcada por excesso de oferta, riscos persistentes e previsões de pressão descendente nos próximos meses.

O Brent e o WTI iniciaram a semana em terreno positivo, impulsionados por uma combinação entre a decisão da OPEC+ de manter cortes de produção no primeiro trimestre de 2026 e uma nova série de choques geopolíticos que reacenderam receios quanto à estabilidade da oferta mundial, num mercado que continua estruturalmente frágil e sob forte pressão descendente.

OPEC+ mantém cortes e adopta postura de “cautela estratégica”

Os preços internacionais do petróleo abriram a semana em alta, numa reacção imediata à decisão da OPEC+ de manter inalterados os níveis de produção no primeiro trimestre de 2026, numa altura em que o mercado tem sido dominado pelo receio de um excesso de oferta global. O Brent Crude avançou para 63,39 dólares por barril, enquanto o WTI atingiu 59,55 dólares, num movimento que reflecte sobretudo uma melhoria conjuntural da confiança. A permanência dos cortes era amplamente antecipada pelos analistas, que alertavam para a necessidade de uma postura prudente face à trajectória descendente observada ao longo dos últimos quatro meses, a mais longa desde 2023.

Segundo a analista Anh Pham, da LSEG, a decisão trouxe algum alívio imediato ao mercado, estabilizando expectativas numa fase em que a narrativa dominante apontava para um potencial glut de petróleo.

Ataque ao Caspian Pipeline Consortium agrava incerteza

A recuperação dos preços ganhou novo impulso após o Caspian Pipeline Consortium (CPC), responsável por mais de um por cento da oferta global, suspender temporariamente as exportações, na sequência de um ataque de drone que danificou a infraestrutura de amarração no terminal de Novorossiysk. O incidente afecta um dos principais corredores de escoamento do crude proveniente do Cazaquistão e da Rússia e reacende preocupações sobre a estabilidade das cadeias mundiais de abastecimento, reforçando as pressões altistas no curto prazo.

Tensão entre EUA e Venezuela reacende risco de ruptura de oferta

No plano geopolítico, o ambiente tornou-se mais tenso após o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarar que o espaço aéreo acima e ao redor da Venezuela deve ser considerado fechado. A afirmação gerou especulação imediata sobre a possibilidade de novas sanções ou de operações de natureza militar, dada a importância da Venezuela para o mercado global de petróleo. No dia anterior, Trump disse ter conversado com Nicolás Maduro, embora sem clarificar o alcance da mensagem, acrescentando apenas: “Não leiam nada sobre isso”.

Analistas do ING observaram que o risco de rupturas adicionais na oferta aumentou, sobretudo após uma nova vaga de ataques ucranianos contra infraestruturas energéticas russas, incluindo uma refinaria e a fábrica aeronáutica militar de Rostov.

Recuo nas expectativas de paz entre Rússia e Ucrânia reforça volatilidade

A Europa também regressou a um ambiente de incerteza crescente, após sinais de que as expectativas de um eventual acordo de paz entre a Rússia e a Ucrânia se encontram novamente fragilizadas. Nas últimas semanas, a possibilidade de avanços diplomáticos vinha pressionando os preços em baixa, ao antecipar um eventual regresso de grandes volumes de petróleo russo aos mercados. Com o agravamento das hostilidades e a retórica mais agressiva de ambos os lados, esse cenário tornou-se menos plausível, reintroduzindo volatilidade e travando a tendência de queda.

Fundamentos permanecem frágeis apesar da recuperação

Apesar da alta desta segunda-feira, os fundamentos do mercado continuam frágeis. A oferta global mantém-se elevada e em expansão fora da OPEC+, enquanto os stocks comerciais permanecem acima da média dos últimos cinco anos. As projecções de médio prazo continuam a indicar pressões descendentes significativas caso o desequilíbrio entre oferta e procura não seja corrigido de forma consistente. Assim, a valorização de hoje reflecte essencialmente uma reacção conjuntural aos acontecimentos recentes, mais do que uma inversão estrutural da tendência que marcou os últimos meses.

Fonte: O Económico

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor, digite seu nome aqui
Por favor digite seu comentário!

- Advertisment -spot_img

Últimas Postagens

Alerta de chuvas fortes no Sul

0
O Instituto Nacional de Meteorologia (INAM) prevê chuvas moderadas a fortes em Maputo, Gaza e Inhambane, com acumulações de 30 a 50 mm em 24 horas, podendo...
- Advertisment -spot_img