Cabo Delgado: BAD aprova 17 milhões de dólares para reconstrução e criação de empregos

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Por: Alfredo Júnior

O Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) aprovou um financiamento de 17 milhões de dólares para apoiar a reconstrução e o relançamento socioeconómico da província de Cabo Delgado, norte de Moçambique, fortemente afetada pelo terrorismo desde 2017, prevendo-se a criação de 24 mil empregos directos, com destaque para jovens e mulheres.

A aprovação foi tornada pública esta semana e enquadra-se no projecto RISE PS (Resilient Investment for Socio Economic Empowerment, Peace and Security), que tem como objectivo apoiar a estabilização de zonas vulneráveis através da criação de oportunidades económicas, reabilitação de infraestruturas comunitárias e fortalecimento das pequenas e médias empresas locais.

De acordo com o BAD, estima-se que mais de 100 mil pessoas serão beneficiadas directamente, sendo que, dentre os 24 mil empregos previstos, 60 por cento serão ocupados por jovens entre os 18 e os 35 anos, e pelo menos metade das vagas será reservada a mulheres.

O valor total do projecto é de 28 milhões de dólares, sendo 17 milhões financiados pelo BAD, e os restantes montantes provenientes do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), da Alemanha, de parceiros do sector privado e de uma contribuição do Governo moçambicano.

Entre as principais acções previstas, destacam-se a reabilitação de 150 infraestruturas comunitárias, incluindo escolas, centros juvenis, postos de saúde, sistemas de abastecimento de água e mercados, a formação de mais de 9.200 pessoas em áreas técnicas e empreendedoras, e o financiamento de até 2.000 negócios liderados por jovens e mulheres.

O projecto será executado entre Setembro de 2025 e Agosto de 2029 sob a coordenação da Agência de Desenvolvimento Integrado do Norte (ADIN), em colaboração com o Governo moçambicano, o PNUD e parceiros estratégicos como a TotalEnergies e a ExxonMobil, que irão oferecer estágios profissionais a mais de mil jovens.

Desde 2017, o conflito armado em Cabo Delgado já provocou mais de 4.500 mortes e cerca de um milhão de deslocados internos, e com a melhoria gradual das condições de segurança, iniciativas como esta surgem como resposta à necessidade de reconstrução e fortalecimento da coesão social na região.

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