27.1 C
New York
Wednesday, November 26, 2025
InícioNacionalSociedadeCamponeses Denunciam Detenções Arbitrárias na Mina de Grafite de Balama

Camponeses Denunciam Detenções Arbitrárias na Mina de Grafite de Balama

Um número indeterminado de camponeses do distrito de Balama, na província de Cabo Delgado, está detido desde o dia 2 de maio, alegadamente pela Polícia da República de Moçambique (PRM), na sequência de uma operação de reabertura da estrada que dá acesso à mina de grafite, encerrada há quase oito meses devido a um conflito fundiário entre as comunidades locais e a empresa exploradora do minério.

De acordo com relatos de moradores, desde a chegada da Unidade de Intervenção Rápida (UIR) à região, várias pessoas têm sido presas diariamente, enquanto outras continuam desaparecidas. As comunidades afirmam que os detidos estão a ser alvo de tortura e maus-tratos por parte das autoridades.

“As torturas começaram no dia em que a UIR chegou. Dispararam vários tiros e obrigaram alguns detidos a rebolar sobre o asfalto quente da estrada. Muitos estão feridos, com o corpo inchado e cheio de hematomas”, denunciou um camponês que, por receio de represálias, se encontra em local incerto.

Além das detenções e desaparecimentos, os residentes de Balama expressam indignação com o silêncio das autoridades governamentais e policiais, assim como da empresa Twigg Mining and Resources, responsável pela exploração da mina.

“Não entendemos por que o governo decidiu usar a força quando o conflito já estava prestes a ser resolvido. Na última reunião, a empresa aceitou as nossas exigências e só faltava o pagamento das compensações. Estamos aqui desde setembro de 2024. Nunca invadimos a fábrica, apenas bloqueamos a estrada de acesso até que fôssemos indemnizados”, lamentou outro camponês, também foragido por alegadamente constar numa lista de procurados pela UIR.

A operação policial envolveu três autocarros, dois camiões e várias viaturas blindadas, mobilizadas para desmantelar as barricadas instaladas na via de acesso à mina. A presença permanente da polícia nas instalações da empresa visa impedir novas manifestações e garantir a retoma das atividades.

Até ao momento, tanto o governo provincial, que atua como mediador do conflito, quanto a PRM e a Twigg Mining and Resources, mantêm-se em silêncio sobre os acontecimentos.

Fonte: O País

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor, digite seu nome aqui
Por favor digite seu comentário!

- Advertisment -spot_img

Últimas Postagens

Cerca de US$ 21,9 bilhões serão necessários por ano para atingir as metas globais de HIV em países de baixa e média rendas

Corte de fundos na resposta ao HIV provocam maior revés em...

0
Um novo relatório do Programa Conjunto da ONU sobre HIV/Aids alerta que a resposta global ao HIV enfrentou um grande revés devido à redução de fundos e à falta...
- Advertisment -spot_img