Resumo
Um estudo da Deloitte revela que metade dos diretores financeiros das maiores empresas de Moçambique mantêm uma visão otimista para o futuro, apesar da instabilidade política, riscos cambiais e incerteza global. Os CFO acreditam em sinais de recuperação, baseados em estratégias de resiliência e prudência financeira, projetando um crescimento económico moderado de 2,5% em 2025 e 3,5% em 2026. Prioridades estratégicas incluem redução de custos, digitalização e financiamento interno, com cautela em relação a riscos adicionais. A incerteza global é um fator relevante, com preocupações sobre flutuações cambiais e riscos geopolíticos. Empresas adotam medidas preventivas para garantir estabilidade num ambiente incerto, combinando otimismo moderado com prudência estratégica no contexto económico desafiante de Moçambique.
Estudo da Deloitte revela expectativas de crescimento, apesar da instabilidade política, riscos cambiais e incerteza global
Metade dos directores financeiros das maiores empresas moçambicanas mantém uma visão optimista para o futuro, segundo o estudo “CFO Survey Moçambique”, realizado pela Deloitte entre Abril e Maio de 2025. Apesar das manifestações pós-eleitorais, da falta de divisas e da desvalorização do metical, os CFO acreditam em sinais de recuperação, apoiados em estratégias de resiliência e prudência financeira.
De acordo com o inquérito, 50% dos CFO de grandes empresas moçambicanas afirmaram estar confiantes quanto ao futuro, mesmo num contexto marcado pela instabilidade política e social. As projecções apontam para um crescimento económico de 2,5% em 2025 e de 3,5% em 2026, valores considerados moderados mas consistentes com uma retoma gradual.
No curto prazo, 71% dos CFO esperam manutenção ou aumento das receitas, enquanto 68% prevêem estabilidade ou crescimento nas margens operacionais. Para enfrentar o ambiente desafiante, as prioridades estratégicas recaem sobre a redução de custos (86%) e a digitalização (71%), associadas à moderação das despesas operacionais e a investimentos em tecnologia.
O estudo mostra ainda uma preferência clara pelo financiamento interno (57%) e pelo capital próprio (54%) como principais fontes de investimento. Em contrapartida, a contratação de empréstimos bancários ou a emissão de obrigações são vistas como opções menos atractivas, reflexo de uma postura cautelosa face ao risco.
A incerteza global é outro elemento relevante. 84% dos CFO consideram elevado o nível de instabilidade financeira e económica, e 79% afirmam que este não é um momento propício para assumir riscos adicionais no balanço das suas empresas.
As flutuações cambiais (93%) e os riscos geopolíticos (86%) surgem como as maiores preocupações. A escassez de moeda estrangeira e a desvalorização do metical são apontadas como factores que exigem vigilância redobrada.
Para mitigar os riscos, muitas empresas têm adoptado medidas preventivas como planeamento de cenários, avaliações de impacto e reforço de processos internos de resiliência. Estas práticas são vistas como fundamentais para garantir estabilidade num ambiente ainda incerto.
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p style=”margin-top: 0in;text-align: justify;background-image: initial;background-position: initial;background-size: initial;background-repeat: initial;background-attachment: initial”>Segundo a Deloitte, a conjugação de optimismo moderado com prudência estratégica caracteriza a actual postura do tecido empresarial moçambicano: uma aposta no crescimento, mas com os pés assentes na realidade de um contexto económico ainda desafiante.
Fonte: O Económico