«Andrà tutto bene». Um dos chavões mais utilizados em tempos de pandemia (lembra-se, caro leitor?) aplica-se quase na perfeição ao empate entre Sporting e Bolonha (1-1), na noite desta quarta-feira, na derradeira jornada da fase de Liga da Champions. Não só porque o adágio é dito em italiano, mas também devido à mensagem de esperança nos momentos difíceis… esperança essa que muitos sportinguistas já pareciam perder.
Depois de uma primeira fase espetacular do Sporting com Ruben Amorim ao leme, os restantes treinadores pareciam estar ‘enguiçados’, sem pontuar na competição. Se em novembro o Sporting estava nos primeiros oito lugares que dão acesso aos oitavos de final da Champions, nesta quarta-feira chegou a estar fora das competições europeias. É a magia deste novo formato.
Numa noite em que os adeptos se dividiam entre o olhar para o relvado e uma rápida consulta ao telemóvel para ver a tabela classificativa, a constelação de estrelas ditou que o Dínamo Zagreb (que ganhou ao Milan de Conceição) ficasse de fora da próxima fase com os mesmos 11 pontos do Sporting. Os nervos duraram até ao último segundo em Alvalade, depois dos golos de Pobega e Harder.
Rui Borges apostou em quatro mudanças cirúrgicas para esta noite decisiva. Na baliza, Franco Israel rendeu Rui Silva. No meio-campo, o excluído Morita deu o lugar a Zeno Debast, que voltou a jogar no miolo, e Catamo rendeu Quenda. No ataque, o ‘tocado’ Viktor Gyokeres, que tem sido essencial nesta temporada, foi substituído por Conrad Harder.
Do outro lado estava uma equipa já sem esperanças de passar à próxima fase da Liga dos Campeões. Vincenzo Italiano não olhou a meias medidas e fez oito alterações face ao último jogo, dando minutos a alguns menos utilizados. Mesmo assim, havia muita qualidade do lado italiano.
A turma transalpina travou bem o jogo ofensivo do Sporting. Os leões construíam no seu meio-campo mas a linha divisória parecia uma muralha intransponível. As marcações dos bolonheses faziam com que Bragança estivesse ‘escondido’ do jogo e Harder só tinha bola quando algum passe longo chegava ao destino.
E o dinamarquês teve chances de golo. Com outra definição e experiência, poderiam mesmo ter tido outro desfecho. No entanto, os remates ora saiam sem enquadramento, ora permitiam a Ravaglia a defesa. E no meio do ‘vai não vai’, o Bolonha ameaçava nas bolas paradas.
Primeiro, logo aos cinco minutos de jogo, com Beukema a atirar à barra na sequência de um canto à direita. Do mesmo sítio saiu o golo dos forasteiros. Aos 21 minutos, canto desse lado, primeiro desvio de Beukema e Pobega fez o desvio fatal. Israel nada pôde fazer. E o Sporting até pôde responder praticamente na mesma moeda, mas não teve a mesma sagacidade. A fechar a primeira parte, Hjulmand não marcou de cabeça num livre indireto.
A segunda metade começou com alterações do Bolonha (nomeadamente de amarelados, para evitar expulsões) e uma alteração forçada de Rui Borges. Zeno Debast lesionou-se e João Simões teve de sair do banco de suplentes. E saiu bem. Mexeu com o jogo, fez um par de arrancadas pela meia esquerda e uma delas desenhou o golo do empate!
Boa combinação no corredor, Simões cruzou da linha de fundo e Harder fez a emenda na pequena área. A bola entrou devagarinho dentro da baliza de Ravaglia e as bancadas de Alvalade rugiram. Simões seria ainda aclamado como homem do jogo pelo speaker do estádio.
O Sporting, tal como o Benfica, passou ao play-off de acesso aos oitavos da Champions. Os leões ficaram em 23.º, o penúltimo lugar de felicidade, e defrontam ou Borussia Dortmund ou Atalanta. Missão cumprida porque… ficou tudo bem.
Fonte: Mais Futebol