O Chefe do Estado falava na Mesa Redonda organizada pelo Business Council for International Understanding (BCIU), à margem da 80.ª Sessão da Assembleia-Geral das Nações Unidas, sob o lema “Impulsionar o Crescimento Económico de Moçambique por via da Diplomacia Económica”.
Perante os membros corporativos do BCIU, uma organização sem fins lucrativos sediada nos Estados Unidos que promove a cooperação entre governos e empresas, o Presidente Chapo sublinhou a importância da plataforma como espaço de diálogo estratégico.
“Este importante evento nos oferece uma oportunidade valiosa para partilharmos a nossa visão estratégica de desenvolvimento de Moçambique e apresentarmos as potencialidades do nosso país, e sobretudo escutarmos as vossas ideias enquanto parceiros e investidores globais”, declarou.
O estadista destacou o trabalho desenvolvido pelo BCIU na criação de pontes sólidas entre os EUA e África. “O vosso trabalho tem sido essencial para o fornecimento das relações entre os Estados Unidos da América e o nosso continente e, em particular, Moçambique, criando pontos sólidos entre governos, empresas e sociedade”, afirmou.
No seu discurso, Chapo enumerou os sectores-chave que representam oportunidades de negócios no país, incluindo infra estruturas, energia, minerais críticos, gás natural, agricultura, turismo e corredores de desenvolvimento. “Moçambique distingue-se pela resiliência do seu povo, pela determinação em transformar o seu imenso potencial em prosperidade”, sublinhou.
Entre os exemplos, destacou o papel estratégico do Corredor de Nacala como plataforma de logística regional, com potencial de ligação à Zâmbia, ao Botswana e à República Democrática do Congo, bem como a interconexão com o Corredor de Lobito, em Angola. O Chefe do Estado realçou ainda o apoio financeiro de cerca de 4,7 mil milhões de dólares aprovado pelo U.S. Exim Bank para o projecto de gás natural liquefeito (LNG) em Moçambique, o que,
segundo disse, garante segurança para empresas norte-americanas interessadas em investir.
No sector energético, destacou ainda os projectos da Exxon Mobil, Total e ENI na exploração de LNG, avaliados em cerca de 50 mil milhões de dólares, bem como os planos para o desenvolvimento de hidroeléctricas e energias renováveis. “Há uma grande oportunidade de investir no sector energético em Moçambique. É o único país que tem todos os recursos para a construção de centrais eléctricas, a gás, hidreléctricas, solar, eólica, para podermos produzir energia”, frisou.
O Presidente da República apontou também a exploração de minerais críticos, como o grafite — com destaque para a produção da empresa norte-americana Twigg em Balama, destinada a baterias de veículos eléctricos — além do lítio e terras raras. Na frente do turismo, referiu-se à entrada do grupo internacional AMAN, que irá construir o seu primeiro hotel na África Subsariana em território moçambicano, atraindo novas correntes de investimento para este sector.
O Chefe do Estado referiu igualmente os avanços em digitalização, inovação e parcerias público-privadas, sublinhando que o Governo está a implementar medidas de simplificação legislativa e institucional para facilitar negócios.
Fonte: O País