O Presidente da República, Daniel Francisco Chapo, exaltou hoje, em Maputo, o papel dos professores na construção de uma sociedade instruída, justa e desenvolvida, ao receber uma saudação da classe docente por ocasião do 44º aniversário da Organização Nacional dos Professores (ONP), celebrado a 12 de Outubro.
O Chefe do Estado afirmou que “ser professor é formar carácter, é inspirar sonhos e é tocar o futuro com as mãos do presente”, destacando a docência como uma missão nobre e indispensável ao progresso nacional.
No seu discurso, o Chefe do Estado felicitou todos os professores do país pela dedicação e sentido de compromisso, afirmando que “o professor é o arquitecto do profissional moçambicano e, quiçá, da nossa sociedade, no geral”. Sublinhou que, mais do que transmitir conhecimentos, o professor contribui para a formação moral e cívica das novas gerações, sendo “a forja do homem novo e o farol cintilante que guia a sociedade da ignorância para a sabedoria”.
O Presidente Chapo prestou homenagem especial aos professores que exercem a sua missão em contextos difíceis, particularmente nas zonas afectadas pelo terrorismo, cheias, ciclones e outras adversidades. “Mesmo em situações adversas, sempre encontram alternativas para garantirem que o processo de ensino-aprendizagem não pare. Por este acto de coragem, peço uma grande salva de palmas para esses profissionais!”, declarou.
O governante reconheceu o empenho do Ministério da Educação e Cultura e da ONP no apoio à classe docente, sublinhando que a valorização do professor é um compromisso assumido pelo Governo.
Recordou que “celebrar o Dia do Professor é mais do que reconhecer uma profissão; é valorizar uma missão e reconhecer um dom que Deus deu a cada um dos professores”.
O Chefe do Estado condenou, com veemência, os actos de vandalização de escolas registados em várias províncias, denunciando que 139 escolas e dezenas de outras infra-estruturas públicas foram destruídas durante manifestações violentas, com prejuízos estimados em 32,2 mil milhões de meticais.
“Destruir uma escola é destruir o futuro de uma Nação inteira”, afirmou, orientando as autoridades competentes a responsabilizarem exemplarmente os infractores.
Ademais, alertou que tais práticas “machucam os corações de todos os professores, magoam a alma de todos os pais e ferem o bom senso de todos os cidadãos do bem”, apelando à sociedade para isolar os promotores de violência. Acrescentou que os recursos destinados à reconstrução das escolas poderiam ser aplicados em novas infra-estruturas, medicamentos e transporte público.
Reconhecendo os desafios ainda existentes no sector, o Presidente da República mencionou a sobrecarga de trabalho, o excesso de alunos por turma e o atraso no pagamento das horas extraordinárias. “O Governo não ignora esta dívida, nem pretende ignorar esta situação. Está em curso um plano de pagamento faseado e continuaremos a
agir na medida da disponibilidade possível dos recursos financeiros”, garantiu.
O Chefe do Estado reafirmou o compromisso de investir na expansão da rede escolar e na melhoria das condições de trabalho dos professores. Lembrou que, nos últimos cinco anos, foram construídas mais de 6.500 novas salas de aula e que o Governo prevê edificar pelo
menos 1.500 por ano. “Valorizar o professor não se esgota no pagamento do salário. É investir nas condições de vida do professor, da sua família e também do trabalho”, destacou.
Por seu turno, o presidente da ONP, Rosário Quive, afirmou que a presença dos professores junto ao Chefe do Estado simboliza “o compromisso inabalável de colaborar com o Governo na construção de uma educação verdadeiramente para todas as crianças, jovens e adultos”.
Reiterou que a ONP continuará a ser uma voz activa na defesa dos direitos dos professores e na promoção de um ensino de qualidade, inclusivo e transformador para Moçambique.