Os Presidentes Daniel Chapo e Emmerson Mnangagwa defenderam, durante o Fórum de Negócios Moçambique–Zimbabwe, uma nova etapa de cooperação económica assente no investimento privado, na valorização das cadeias produtivas e no reforço dos corredores de desenvolvimento.
Perante empresários dos dois países, os estadistas sublinharam que o encontro constitui uma plataforma estratégica para transformar o potencial bilateral em parcerias concretas nos sectores de agricultura, energia, logística, turismo e industrialização.
Ao dirigir-se aos participantes do fórum, Daniel Chapo afirmou que o encontro é essencial para impulsionar o crescimento partilhado. “Somos dois países irmãos que as trocas comerciais são extremamente importantes para o desenvolvimento dos nossos dois países”, disse.
O Chefe do Estado destacou a agricultura como prioridade para o investimento conjunto, sublinhando o potencial complementar entre os dois países. “A primeira é a agricultura, que é a base do nosso desenvolvimento. Nós temos terras aráveis, os nossos irmãos zimbabweanos têm conhecimento, têm tecnologia, têm experiência no desenvolvimento da agricultura”, afirmou.
Chapo reforçou também o papel estratégico do sector energético, destacando projectos como a expansão de Cahora Bassa, Mphanda Nkuwa e a central a gás de Temane. “Então, é uma oportunidade ímpar para os nossos irmãos zimbabweanos investirem em Moçambique neste sector e poderem exportar energia eléctrica de Moçambique para países vizinhos, mas principalmente para o Zimbabwe”, afirmou.
O turismo foi igualmente apontado como área de grande potencial, com Chapo dirigente a realçar que Moçambique dispõe de uma “costa de cerca de 2700 quilómetros de praia, ilhas bonitas”, além de parques e reservas. Destacou também o acordo assinado ainda para apoiar pequenas e médias empresas, sobretudo de jovens e mulheres.
O dirigente moçambicano referiu também o trabalho conjunto em curso para modernizar os corredores da Beira e do Limpopo, com foco na implementação de fronteiras de paragem única, como Machipanda e Kuchamano, para garantir maior rapidez na circulação de mercadorias e maior eficiência logística.
Por sua vez, o Presidente Emmerson Dambudzo Mnangagwa afirmou que a cooperação económica deve resultar em ganhos reais para as populações. “É importante que os nossos esforços colectivos permitam alcançar maior valor para os nossos produtos primários, ao mesmo tempo que geramos emprego sustentável, promovemos o empoderamento e impulsionamos a criação de riqueza”, declarou.
Mnangagwa sublinhou que a integração regional constitui “a estratégia económica central do Zimbabwe”, explicando que o seu Governo continua a implementar reformas para reduzir custos de comércio, harmonizar padrões e eliminar barreiras não comerciais. Acrescentou que “o Zimbabwe é um país sem litoral, mas com Moçambique não nos sentimos enclausurados”.
O estadista apelou ao envolvimento activo do sector privado e das instituições financeiras, afirmando que há abertura total para investimentos cruzados.
Fonte: O País