Visita de seis dias decorre num momento de viragem para o sector energético moçambicano, após o levantamento da força maior do projecto Mozambique LNG e a recuperação das cotações internacionais do petróleo.
O Presidente da República, Daniel Chapo, encontra-se nos Estados Unidos da América para uma visita de seis dias destinada a reforçar a cooperação bilateral e a captar novos investimentos para sectores estratégicos, com destaque para energia, recursos minerais e logística. A deslocação ocorre num momento particularmente relevante para a economia moçambicana, marcado pela retoma dos megaprojectos de gás e pela recuperação dos preços internacionais do petróleo.
Energia no centro da diplomacia económica
De acordo com o comunicado da Presidência da República, Chapo chegou a Washington no domingo, 26 de Outubro, dando início a uma visita que inclui reuniões com o Vice-Presidente J.D. Vance, outros altos responsáveis norte-americanos e instituições financeiras e de desenvolvimento. A agenda prevê igualmente mesas-redondas de negócios em Washington e Houston (Texas) — esta última, epicentro da indústria energética mundial —, além de uma visita à sede da ExxonMobil, uma das operadoras do projecto Rovuma LNG.
A presença do Chefe do Estado em Houston tem forte simbolismo: surge menos de uma semana após o levantamento da força maior do projecto Mozambique LNG, liderado pela TotalEnergies, decisão que marca a reabertura formal do maior investimento privado de África, avaliado em mais de 20 mil milhões de dólares.
Sinal de confiança e reposicionamento internacional
O reatamento dos contactos ao mais alto nível com parceiros norte-americanos ocorre num contexto de revalorização do petróleo, que nesta segunda-feira (27) cotava-se em 66,40 USD (Brent) e 61,96 USD (WTI), refletindo o otimismo em torno de um acordo comercial entre Washington e Pequim e novas sanções à Rússia. Este ambiente cria condições mais favoráveis à mobilização de capital para os projectos de gás natural liquefeito em Cabo Delgado, cuja execução poderá impulsionar o crescimento económico acima dos 5 % em 2026, segundo projecções de analistas regionais.
Parcerias estratégicas e financiamento para o desenvolvimento
Além das reuniões políticas, a visita de Chapo inclui contactos com instituições financeiras norte-americanas, agências multilaterais e investidores privados. O objectivo é reforçar a presença do capital americano em sectores-chave — energia, infra-estruturas, transportes e finanças — e diversificar as fontes de financiamento de projectos públicos e empresariais.
A visita aos EUA é vista como uma plataforma de reposicionamento de Moçambique no radar internacional do investimento, num momento em que o país procura consolidar estabilidade, atrair capital e retomar a confiança dos mercados após um período de desafios económicos e climáticos.
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p style=”margin-top: 0in;text-align: justify;background-image: initial;background-position: initial;background-size: initial;background-repeat: initial;background-attachment: initial”>Analistas consultados pelo O.Económico consideram que, se a diplomacia económica for acompanhada de reformas estruturais consistentes e de condições de segurança sustentáveis em Cabo Delgado, Moçambique poderá emergir como um dos principais hubs energéticos e logísticos da África Austral.
Fonte: O Económico






