Em outras partes como Kivu do Sul, os confrontos no território de Walungu, em 5 de abril, forçaram mais de 7 mil a escapar, desde o início de março. Homens armados sequestraram e estupraram duas mulheres no território de Kalehe.
Drones, mensagens cifradas e propaganda
A situação humanitária é grave. Faltam água, comida, saneamento e cuidados médicos agravando as condições dos congoleses, que vivem no meio do fogo cruzado.
O leste da RD Congo é alvo de um conflito entre forças do país e rebeldes do M23, um grupo armado apoiado por Ruanda, a nação vizinha.
A Missão da ONU no país, Monusco, é liderada pelo comandante brasileiro, Ulisses de Mesquita Gomes. Ele falou ao Conselho de Segurança no início desta semana sobre o conflito e como o M23 e outros grupos armados estão operando.
O general Ulisses de Mesquita Gomes contou que a Monusco observou o uso de drones por grupos armados com mensagens cifradas, coordenação e disseminação de propaganda que reforça um adversário que é imprevisível e difícil de confrontar.

Fake news e desinformação
Ele afirmou que a Monusco está se adaptando às novas ameaças da tecnologia, mas principalmente da desinformação e informações falsas. A Missão da ONU no país africano criou formas de verificar as fake news com treinamento não somente de boinas-azuis militares, mas de outros membros da Missão.
Além do conflito, o leste do país está enfrentando desastres naturais após enchentes deixarem pelo menos 16 mil pessoas desalojadas na província de Tanganyika. Duas pessoas morreram e muitas ficaram feridas desde o início das cheias no fim de março.
Uma outra preocupação da ONU é o aumento dos casos de cólera que persiste no leste da RD Congo com surtos em quatro províncias: Kivu do Norte, Kivu do Sul, Tanganyika e Maniema.
Congoleses fogem para o Uganda
Na quarta-feira, a Agência de Refugiados da ONU, Acnur, informou que uma onda de congoleses que fogem da violência está se abrigando em Uganda. Os civis cruzaram a fronteira no oeste da RD Congo.
Uganda já acolhe mais de 70 mil pessoas do Sudão que escaparam da violência de dois anos de conflito entre paramilitares e o Exército sudanês.
Desde janeiro, mais de 41 mil congoleses chegaram a Uganda em busca de segurança elevando o total de refugiados da RD Congo para 60 mil.
O Acnur informou que Uganda abrigada uma população de refugiados de 1,8 milhão de pessoas.
Fonte: ONU