Resumo
Chiquinho Conde foi distinguido com o título de Doutor Honoris Causa pela Universidade Púnguè, em reconhecimento ao seu contributo para o desporto moçambicano. A cerimónia contou com a presença de várias personalidades ligadas ao desporto nacional, onde Conde expressou gratidão pela distinção. O antigo jogador, agora selecionador nacional dos Mambas, partilhou os pilares que o guiaram na sua carreira e destacou a importância de partilhar conhecimento, praticar o que se ensina e questionar o desconhecido. Com uma carreira notável em clubes em Moçambique, Portugal e EUA, Conde tornou-se uma figura emblemática do futebol moçambicano, acumulando 43 internacionalizações e 12 golos com os Mambas. A distinção da Universidade Púnguè reforça o legado deste homem que tem marcado a história do desporto em Moçambique.
Por Rosário Rafael
A cerimónia solene, que oficializou a outorga do título, contou com a presença do Ministro da Juventude e Desporto, Caifadine Manasse, bem como de docentes, estudantes, desportistas e várias personalidades ligadas ao desporto nacional.
O seleccionador nacional dos Mambas visivelmente emocionado agradeceu a distinção e sublinhou a sua gratidão pelo título que lhe foi conferido.
“Recebo este título com muita humildade e sentido de gratidão, a mais alta distinção académica que uma instituição pode oferecer o título de Doutor Honoris Causa, ao receber este reconhecimento o meu pensamento viaja no tempo para o lugar onde tudo começou que foi no bairro onde nasci”, afirmou Chiquinho Conde, com lágrimas nos olhos.
Ainda na sua intervenção, Chiquinho Conde partilhou alguns pilares que o guiaram na sua vida profissional.
“Acredito em três pilares que me guiaram ao longo do meu percurso, primeiro: ensinar o que se sabe, conhecimento só tem valor quando é partilhado; segundo: praticar o que se ensina, porque a coerência e a ética é o ponto entre o exemplo e a palavra; e por fim questionar sempre o que se ignora, porque a humildade intelectual é o primeiro passo para o verdadeiro crescimento”, esclareceu Chiquinho Conde.
O PERCURSO NOTÁVEL NO DESPORTO MOÇAMBICANO
Conde começou a carreira como jogador no Ferroviário da Beira e passou por clubes como o Futebol Clube da Beira e Palmeiras da Beira, onde foi o melhor marcador do campeonato provincial com 25 golos. Em 1983, transferiu-se para o Maxaquene, onde se tornou campeão nacional e melhor marcador, com 21 golos em 28 jogos. Em 1987, tornou-se no primeiro desportista moçambicano a transferir-se legalmente para o estrangeiro, concretamente para o Belenenses de Portugal.
Internacionalmente, Conde jogou em dois países, nomeadamente Portugal e Estados Unidos da América, em clubes como Belenenses, Braga, Vitória de Setúbal, Sporting de Portugal, New England Revolution e Tampa Bay Mutiny.
Com a camisola dos Mambas, Chiquinho Conde somou 43 internacionalizações e marcou 12 golos, tornando-se uma das figuras mais emblemáticas do futebol moçambicano.
Hoje, enquanto seleccionador nacional, continua a inspirar gerações de atletas e a contribuir para o fortalecimento do desporto no país, tendo conduzido por duas ocasiões a selecção nacional ao CAN e protagonizado a melhor campanha dos Mambas na qualificação ao mundial de futebol, para além de ter conduzido a selecção nacional que conseguiu passar da primeira fase do CHAN-2023.
A distinção da Universidade Pungué reforça, assim, o legado de um homem cuja vida se confunde com a história do desporto moçambicano. (LANCEMZ)
Fonte: Lance






