Centenas de pessoas ficaram sem casas em Búzi, Sofala, em consequência da chuva que inundou o distrito. Culturas agrícolas ficaram destruídas e algumas vias de acesso estão intransitáveis. A mobilidade e a assistência às vítimas está condicionada, devido à intransitabilidade de algumas vias e elevado nível do caudal dos rios, mas o INGD está no terreno para minimizar o sofrimento das famílias.
A água da chuva abriu o seu próprio caminho e por onde passou fez estragos. Desalojou famílias e empurrou-as ao sofrimento. Algumas estradas inundadas e outras cortadas pela fúria das águas impediram a fuga da população de diferentes comunidades de Búzi para locais seguros.
Estas famílias, algumas surpreendidas por uma forte corrente da chuva nas vésperas de celebração do Natal, foram abrigadas num centro transitório numa das escolas de Búzi, e queixam-se de precárias condições de vida.
Fátima Armando, vítima de inundações em Búzi, contou que tudo aconteceu de repente. Ela e a sua família não tiveram como fugir da situação. “Toda a zona encheu de água (…). Aqui estamos desamparados e cada um vive à sua maneira. O carvão está caro” e o preço passou de 25 para 50 meticais.
Segundo a fonte, todos os que se encontram no centro transitório partilham o mesmo espaço, sem privacidade. Além da falta de comida, Maíja Assane queixou-se do facto de algumas pessoas serem apoquentadas por diarreias.
Ainda em Búzi, algumas vítimas das inundações formaram fila com os seus mantimentos, neste domingo, para ter lugar nos barcos alocados pelo Instituto Nacional de Gestão e Redução do Risco de Desastres (INGD). A intenção era sair de Toronto para Guara-Guara, de onde seguiriam viagem ou para a cidade da Beira, Nhamatanda e outros destinos.
O Administrador de Búzi, José Mutoroma, e o delegado provincial do INGD em Sofala, Aristides Armando, estimam que mais de cinco mil famílias foram afectadas, centenas de casas parcial ou totalmente destruídas e 10 mil hectares de várias culturas agrícolas perdidas.
“Neste momento estamos a transportar a população que precisa chegar à cidade da Beira”, uma vez que a estrada Tica-Búzi está cortada em duas secções na Estrada Nacional número 280 e 281, explicou Aristides Armando.
O INGD continua no terreno para assistir as vítimas e garantir que cheguem a locais seguros.
Fonte: O País