Covid-19 causou maior queda da expectativa de vida da história recente

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Pacientes são tratados para Covid-19 em um hospital em Kramatorsk, Ucrânia (arquivo)

A Organização Mundial da Saúde, OMS, publicou as Estatísticas Mundiais de Saúde de 2025, trazendo à tona os impactos mais profundos causados ​​pela pandemia de Covid-19.

relatório revela que, em apenas dois anos, entre 2019 e 2021, a expectativa de vida global caiu 1,8 ano. Essa foi a maior queda da história recente, revertendo uma década de ganhos em saúde.

Mortes por doenças crônicas estão aumentando

Níveis crescentes de ansiedade e depressão associados à Covid-19 reduziram a expectativa de vida saudável global em 6 semanas, eliminando a maior parte dos ganhos obtidos com a redução da mortalidade por doenças crônicas durante o mesmo período.

Impulsionadas pelo crescimento populacional e pelo envelhecimento, as mortes por condições como câncer e diabetes, estão aumentando. Em todo o mundo, essas doenças representam as principais causas de morte em pessoas abaixo de 70 anos.

A OMS identificou uma tendência mais longa de desaceleração do progresso geral em saúde, que começou antes da pandemia, seguida por uma recuperação mais lenta desde então.

Uma mãe e uma criança frequentam uma clínica de nutrição em Cabul, capital do Afeganistão
WFP/Mohammad Hasib Hazinyar

Uma mãe e uma criança frequentam uma clínica de nutrição em Cabul, capital do Afeganistão

“Por trás de cada dado, uma pessoa”

O diretor-geral da agência, Tedros Ghebreyesus, ressaltou que “por trás de cada dado há uma pessoa”, seja uma criança que não completou cinco anos, uma mãe morta no parto ou uma vida perdida para uma doença evitável.

Segundo ele, essas tragédias “apontam para lacunas críticas no acesso, proteção e investimento, especialmente para mulheres e meninas”.

Tedros afirmou que cada governo tem a responsabilidade de agir com “urgência, comprometimento e responsabilidade perante as pessoas que serve”.

Progressos e retrocessos

Estima-se que 1,4 bilhão de pessoas passaram a viver de forma mais saudável até o final de 2024, superando a meta da OMS de 1 bilhão. Esse progresso ​​foi impulsionado pela redução do consumo de tabaco, pela melhoria da qualidade do ar e pelo melhor acesso à água, higiene e saneamento.

Por outro lado, o aumento da cobertura de serviços essenciais de saúde é considerado lento pela OMS. Apenas 431 milhões de pessoas a mais obtiveram acesso a serviços essenciais de saúde sem dificuldades financeiras.

As mortes maternas e infantis não estão diminuindo com rapidez suficiente para atingir as metas globais. O progresso estagnou, colocando milhões de vidas em risco.

Essa desaceleração ocorre após duas décadas de ganhos notáveis. Entre 2000 e 2023, as mortes maternas caíram mais de 40% e as de crianças menores de 5 anos caíram para menos da metade.

Porém, o subinvestimento em atenção primária, a escassez de profissionais qualificados e as lacunas em serviços como imunização e parto seguro estão agora atrasando os países.

A previsão é de um déficit de 11,1 milhões de profissionais de saúde até 2030, com quase 70% concentrado nas regiões da África e do Mediterrâneo Oriental, segundo a OMS.

Fonte: ONU