Resumo
O Presidente da República de Moçambique, Daniel Francisco Chapo, defendeu na Universidade de Columbia, em Nova Iorque, uma visão de futuro para o país e para África baseada na prosperidade, inclusão e resiliência. Destacou o papel estratégico de Moçambique na região e apelou a uma cooperação internacional reforçada, especialmente com os Estados Unidos, para garantir o desenvolvimento sustentável. Chapo enfatizou a importância da ligação histórica entre África e América e evocou o legado de Eduardo Mondlane. Apresentou Moçambique como plataforma logística regional e destacou áreas prioritárias de investimento, como energia limpa, turismo sustentável e agro-indústria. Reconhecendo os desafios, incluindo os ataques em Cabo Delgado, o Presidente assegurou o compromisso do Governo em reformas para melhorar o ambiente de negócios e atrair investimento externo, apelando à cooperação internacional para promover um crescimento inclusivo e resiliente.
Como orador principal da Columbia Africa Conference 2025, evento organizado pela Columbia Business School em parceria com diversas escolas da Universidade de Columbia, Chapo sublinhou que a ligação histórica entre África e América permanece fundamental para inspirar novas gerações. Evocou o legado de Eduardo Chivambo Mondlane, fundador da FRELIMO e antigo estudante daquela instituição, que descreveu como “arquitecto da unidade nacional e precursor das ideias de liberdade, justiça e igualdade”.
Recordando que movimentos como a Harlem Renaissance influenciaram o despertar das consciências nacionalistas africanas, o Chefe de Estado defendeu que este passado comum deve servir de estímulo para reforçar os laços culturais, científicos e económicos entre os dois continentes.
Ao projectar a sua visão para o futuro, Daniel Chapo insistiu que Moçambique e África devem afirmar-se como territórios prósperos, resilientes e inclusivos, assentes numa forte identidade cultural e numa ética comum. “Queremos uma África cujo desenvolvimento seja orientado para pessoas, confiando no potencial dos povos africanos, especialmente da juventude e da mulher africana”, declarou.
No caso específico de Moçambique, destacou os 2.700 km de costa e os corredores logísticos de Nacala, Beira e Maputo, que ligam seis países ao Índico e posicionam o país como principal plataforma logística da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC). Sublinhou ainda os recursos naturais e energéticos, a diversidade de ecossistemas e as potencialidades do turismo, que devem ser aproveitados de forma sustentável e em benefício das comunidades locais.
O Presidente da República apresentou como áreas prioritárias de investimento a energia limpa e fiável, o turismo sustentável, a agro-indústria, os corredores logísticos, a Economia Azul e a Economia Digital. “Moçambique reúne todas as condições para se tornar no maior exportador de energia limpa e fiável da região, aproveitando o gás natural, as centrais hidroeléctricas e as fontes renováveis”, disse.
Chapo reconheceu os desafios estruturais que o país enfrenta, incluindo os ataques terroristas em Cabo Delgado e a vulnerabilidade a fenómenos climáticos extremos. Contudo, garantiu que o Governo está empenhado em reformas para melhorar o ambiente de negócios, combater a corrupção e atrair mais investimento externo.
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p style=”margin-top: 0in;text-align: justify;background-image: initial;background-position: initial;background-size: initial;background-repeat: initial;background-attachment: initial”>Na sua intervenção, o Chefe de Estado apelou à cooperação internacional, com especial enfoque nos Estados Unidos, para que África e Moçambique possam capitalizar os recursos existentes e a resiliência das comunidades locais. “Queremos um Moçambique e uma África que crescem de forma inclusiva, diversificada e resiliente. Juntos podemos multiplicar oportunidades para jovens e mulheres, construindo sociedades democráticas, pacíficas e justas”, concluiu.
Fonte: O Económico