Daniel Chapo Lança o FDEL e Reitera Visão de Economia Inclusiva a Partir dos Distritos

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O Presidente da República, Daniel Francisco Chapo, lançou oficialmente o Fundo de Desenvolvimento Económico Local (FDEL) em cerimónia realizada no distrito de Vilankulo, reiterando que a transformação da economia moçambicana deve começar nas bases — com inclusão, criatividade, rigor e devolução dos fundos alocados.

Durante o acto de lançamento, o Chefe de Estado explicou que o FDEL é um instrumento estratégico de governação económica local, destinado a apoiar cidadãos e microempreendedores que, apesar de possuírem ideias de negócio viáveis, não têm acesso ao crédito bancário tradicional por falta de garantias.

Segundo o Presidente, o FDEL foi desenhado para impulsionar o empreendedorismo juvenil, estimular a produção, gerar emprego e promover a autonomia económica dos distritos e municípios. “Não é oferta mahala. É crédito que deve ser devolvido para beneficiar outros”, declarou.

Beneficiários e Condições de Acesso

O fundo é aberto a:

A taxa de juro é uniforme e bonificada em 5% ao ano, com períodos de carência entre 2 e 6 meses, e prazos de reembolso entre 12 e 24 meses. Os valores de financiamento variam:

Transparência, Rigor e Responsabilidade

O Presidente foi peremptório ao destacar que a gestão do fundo deve obedecer aos princípios de transparência, rigor e mérito económico, afastando favoritismos, clientelismo e corrupção. As comissões de selecção de projectos incluirão membros da sociedade civil, académicos e representantes locais, “pessoas idóneas, alérgicas à corrupção”.

Adicionalmente, os projectos devem visar actividades produtivas como agricultura, pescas, apicultura, carpintaria, mecânica, turismo, hotelaria, serralharia e comércio, ficando expressamente excluídas actividades como produção de bebidas alcoólicas ou acções não geradoras de renda.

O Governo está a desenvolver uma plataforma digital de candidatura, nos moldes dos programas “Agora Emprega” e “Acredita Emprega”, para assegurar maior inclusão e eficiência.

Reembolsos: Pilar da Sustentabilidade

A devolução pontual dos fundos é apresentada como condição inegociável para garantir a sustentabilidade e expansão do FDEL nos anos seguintes. Os beneficiários que falharem injustificadamente os reembolsos poderão perder o direito a futuros apoios estatais e enfrentar sanções.

“Se não devolvermos, o Governo não terá como beneficiar mais moçambicanos que querem fazer negócios, gerar renda e criar emprego”, advertiu Chapo.

Critérios de Alocação e Integração com Outras Iniciativas

A distribuição dos recursos por distritos e autarquias será feita com base em três critérios:

O FDEL vem ainda complementar outras iniciativas de apoio ao empreendedorismo jovem, como o FAIJ, “Meu Kit Meu Emprego” e o “Acredita Emprega”, com mecanismos de controlo para evitar múltiplos financiamentos à mesma pessoa.

Governos Distritais e Autarquias com Papel Central

O Presidente reforçou que a principal responsabilidade na execução do fundo recai sobre os Administradores Distritais, dado que o FDEL está incorporado nos orçamentos distritais. Estes devem garantir o uso correcto do Manual de Procedimentos, o controlo dos reembolsos e a aprovação apenas de projectos sustentáveis.

“Cada Administrador Distrital deve orgulhar-se por ser exemplo de transparência e competência na gestão do FDEL”, sublinhou Chapo.

Com o lançamento do FDEL, o Governo moçambicano dá um passo decisivo para democratizar o acesso ao financiamento e dinamizar as economias locais, confiando na juventude e nas capacidades empreendedoras dos cidadãos. A mensagem central foi clara: “Não é assistencialismo — é trabalho, produção e responsabilidade.”

O fundo já está operacionalizado e os primeiros projectos deverão começar a ser financiados a partir de Setembro de 2025.

Fonte: O Económico

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