Trinta e sete por cento das crianças que vivem no país, com idades compreendidas entre zero e cinco anos de idade, estão em risco de vida devido à desnutrição, crónica e aguda, de acordo com o Secretariado Técnico de Segurança Alimentar e Nutricional, SETSAN, que considera o cenário muito preocupante.
A desnutrição em Moçambique continua a ser uma realidade preocupante em menores de idade até cinco anos, principalmente na região Centro do país.
De acordo com o Secretariado Técnico de Segurança Alimentar e Nutricional, que esteve reunido na Beira em reunião anual de reflexão sobre a nutrição e segurança alimentar, regista-se no país um aumento dos níveis de desnutrição crónica, que levanta preocupações em relação aos esforços.
O sector defende a mudança urgente das comunidades sobre os hábitos alimentares, pois a situação é grave.
Sem revelar os dados actualizados em relação a casos registados nos últimos cinco anos, o Secretariado Técnico de Segurança Alimentar e Nutricional lembrou que uma criança que sofre de desnutrição, não consegue atingir o seu potencial de crescimento físico, mental e cognitivo, e é por esta razão que o Governo quer ver os níveis de desnutrição crónica mais baixo no próximo quinquénio.
De acordo com a secretária-executiva do SETSAN, Judite Mussacula, para além do alto custo para o país, a elevada incidência da desnutrição compromete o alcance de muitos dos compromissos de desenvolvimento socioeconómico do país.
A zona Centro do país é a que regista maior número de casos, com destaque para Sofala, Zambézia e Nampula, que têm acima de 35% dos casos desnutrição crónica e aguda.
Os maiores problemas relacionados com a desnutrição crónica e aguda são registados nos distritos onde decorrem várias actividades junto às comunidades, que assim são obrigadas a mudar de hábitos alimentares.
Pretende-se, com a reunião anual de reflexão sobre a nutrição e segurança alimentar, que decorre na cidade da Beira, evento que contou com o apoio da União Europeia e UNICEF, encontrar os melhores mecanismos para a participação de vários sectores na identificação de necessidades em saúde, nutrição, água e saneamento incluídas no quadro de recuperação de desastres em Sofala.
Fonte: O País