Um total de sete indivíduos, dos quais dois agentes da Polícia da República de Moçambique, foram detidos, nesta terça-feira, quando tentavam vender sete pontas de marfim na cidade de Chókwè, província de Gaza. Os meliantes, provenientes de Magude, foram surpreendidos com armas de fogo, munições e vários telemóveis com falsas identidades.
Dois agentes da Polícia da República de Moçambique e outros cinco supostos caçadores furtivos foram detidos, nesta terça-feira, na posse de sete pontas de marfim na província de Gaza. Os membros do grupo, na sua maioria provenientes do distrito de Magude, na Província de Maputo, foram surpreendidos quando negociavam a venda dos troféus, na cidade de Chókwè.
De acordo com Zaqueu Mucambel, porta-voz do Serviço Nacional de Investigação Criminal, SERNIC, em Gaza, os indivíduos foram surpreendidos com pontas de marfim de quatro animais.
“Dois dos elementos deste grupo são supostos membros da PRM, um na situação de reserva e o outro no activo. Foi neste âmbito que SERNIC os flagrou na posse de seis, sete pontas de marfim, o correspondente a quatro animais. A verdade é que parte das pontas de marfim alegam que conseguiram na província de Maputo, no distrito de Magude”, começou por esclarecer Zaqueu Mucambel.
Ainda de acordo com o porta-voz do SERNIC em Gaza, os mesmos pretendiam comercializar as pontas de marfim no distrito de Chókwè, onde foram detidos nesta terça-feira.
Ademais, na viatura em que seguiam os sete indivíduos com idades entre 30 e 60 anos de idade, foram encontradas duas armas de fogo, 23 munições e vários telemóveis supostamente usados em incursões de caça furtiva no Sul do país.
O porta-voz do Serviço Nacional de Investigação Criminal em Gaza, Zaqueu Mucambe, diz que as armas podem ter sido usadas para a execução de vários crimes.
“Acção adicional far-se-á para apurar-se até que ponto o Estado ficou lesado com o abate desses quatro animais. E a detenção resultou também na apreensão de duas armas de fogo, tipo caçadeiras, uma de calibre 12 e a outra de 270. Dizer que há uma apreensão também de uma viatura e várias munições”, anotou.
Um dos indiciados negou a sua ligação com o crime e afirmou desconhecer as causas da sua detenção, e os restantes não aceitaram prestar declarações à imprensa.
“É o que estão a ver. Não tive envolvimento no abate, apenas fui detido”, disse, aceitando, entretanto, que as pontas de marfim estavam na sua posse: “Sim, na nossa posse”.
No entanto, para as autoridades do SERNIC, não restam dúvidas do seu envolvimento nos crimes de que são acusados, e, neste momento, decorrem investigações para a detenção do oitavo membro que fugiu durante a operação.
“O facto de ser funcionário ou membro da PRM constitui um agravante em relação aos demais, porque, como guardiões da lei, eles não o fizeram e, com certeza, serão responsabilizados. Podem até ser responsabilizados disciplinarmente”, esclareceu Zaqueu Mucambel, acrescentando que “diligências continuarão com vista à identificação e neutralização de outros supostos criminosos, membros deste grupo”.
Dados da Administração Nacional das Áreas de Conservação (ANAC) indicam que o país tem mais de dez mil elefantes alvo de ataques de caçadores furtivos, que procuram marfim para a comercialização.
Fonte: O País