Orlando Sabonete, director pedagógico da escola, afirma que o adolescente nunca apresentou sinais de comportamento desviante durante o tempo em que frequentou a instituição.
“É um aluno que sempre se mostrou tranquilo e respeitoso. No próprio dia do crime, esteve aqui com o pai para saber dos seus resultados escolares. Ninguém esperava uma tragédia deste tipo”, relatou Sabonete.
O professor Paulino Mucavel, que deu aulas ao adolescente durante dois anos, também destaca a postura calma do menor e defende apoio psicológico imediato.
“Trata-se de um jovem que precisa urgentemente de acompanhamento psicológico. É um caso delicado que exige atenção especializada também para a família”, afirmou.
O Provedor de Justiça, Isaque Chande, reagiu ao caso nesta sexta-feira, classificando o episódio como um sinal preocupante do retrocesso moral e social no país. Chande defende uma reflexão nacional profunda e medidas preventivas concretas para evitar novos episódios de violência envolvendo menores.
“O que aconteceu na Matola deve servir de alerta. Estamos a perder os nossos valores. É necessária uma acção conjunta da família, da escola e do Estado para recuperar o tecido moral da sociedade moçambicana”, afirmou.
O Provedor de Justiça propõe ainda a criação de centros específicos de acolhimento para menores em conflito com a lei, com enfoque na reabilitação e reintegração social.
“Precisamos de espaços que cuidem destes jovens, com educação, apoio psicológico e disciplina adequada, longe do sistema prisional comum”, defendeu Chande.
Para o advogado Impasse Camblege, o caso deve seguir os procedimentos legais próprios para menores, mas com atenção redobrada à prevenção da reincidência criminal. “É importante garantir que o menor receba acompanhamento adequado, para que este episódio não se repita, seja com ele ou com outros jovens em situação semelhante”, alertou o advogado.
O caso do adolescente da Matola segue nas autoridades competentes para procedimentos legais subsequentes.
Fonte: O País