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p style=”margin-top: 0in;text-align: justify;background-image: initial;background-position: initial;background-size: initial;background-repeat: initial;background-attachment: initial”>Moeda norte-americana perde fôlego perante estabilização das obrigações, incerteza laboral e avanço do iene com acordo EUA-Japão
O dólar perdeu terreno no final da semana, reduzindo os ganhos acumulados, enquanto os mercados obrigacionistas estabilizaram e os investidores aguardam os dados cruciais do emprego nos Estados Unidos, que poderão consolidar o cenário de um corte iminente das taxas de juro pela Reserva Federal.
Na sessão de sexta-feira, o índice do dólar, que mede o desempenho da moeda face a uma cesta de divisas, recuou 0,1% para 98,14 pontos, restringindo a valorização semanal a 0,4%. A moeda norte-americana caiu 0,2% para 148,21 ienes, enquanto o euro avançou 0,1%, para 1,1666 dólares.
O movimento coincidiu com uma acalmia nos mercados obrigacionistas, após uma forte pressão sobre os rendimentos de longo prazo, motivada por preocupações fiscais. O rendimento das Treasuries a dois anos, sensível às expectativas de política monetária, desceu para 3,585% em Tóquio.
As atenções concentram-se agora no relatório de emprego não-agrícola, que deverá mostrar a criação de 75 mil postos de trabalho em Agosto, após os 73 mil em Julho. Contudo, os pedidos de subsídio de desemprego, acima do esperado, alimentam receios de uma eventual decepção. “O risco continua inclinado para que as folhas salariais não correspondam às expectativas, o que poderá pesar ainda mais sobre o dólar”, sublinhou Joseph Capurso, do Commonwealth Bank of Australia.
A percepção de que a Fed avançará com um corte de taxas já neste mês ganhou força: segundo o CME FedWatch, a probabilidade atribuída pelos investidores ronda os 100%, contra 87% registados na semana anterior.
No plano internacional, o iene beneficiou do acordo comercial entre Washington e Tóquio, que prevê a redução de tarifas sobre automóveis norte-americanos e outras mercadorias, bem como um compromisso do Japão em adquirir cerca de 7 mil milhões de dólares anuais em energia aos EUA.
O ambiente de incerteza, porém, continua a marcar a trajectória do dólar. Analistas alertam para a influência das políticas comerciais do Presidente Donald Trump e para o seu histórico de pressão sobre a Reserva Federal. Ainda assim, Stephen Miran, recentemente nomeado por Trump para integrar a Fed, garantiu perante o Senado que actuará de forma independente.
Enquanto isso, Wall Street registou ganhos expressivos na quinta-feira, com o Dow Jones a subir mais de 0,75%, o S&P 500 a encerrar em novo máximo histórico e o Nasdaq a valorizar cerca de 1%.
Num contexto em que a política monetária, o mercado laboral e a diplomacia comercial se entrecruzam, o dólar permanece sob pressão, e os próximos dados económicos serão decisivos para determinar se a actual correcção é apenas momentânea ou o início de uma nova tendência.
Fonte: O Económico