Os Correios da África do Sul (SAPO) perderam 9,2 mil milhões de rands em valor accionista em três anos e enfrentam agora a falência.
O dólar sofreu uma ligeira queda na quarta-feira, 22 de Janeiro, enquanto os mercados financeiros permaneciam indecisos face à falta de clareza sobre os planos tarifários anunciados pelo presidente Donald Trump. A possibilidade de novas tarifas sobre produtos chineses e as ameaças de taxas para o México, Canadá e Europa deixaram investidores cautelosos, influenciando a performance da moeda americana.
Na terça-feira, 21 de Janeiro, Trump afirmou que o seu Governo estava a discutir a aplicação de uma tarifa de 10% sobre produtos importados da China a partir de 1º de Fevereiro. No mesmo dia, anunciou que o México e o Canadá poderiam enfrentar tarifas de 25% sobre as suas exportações para os Estados Unidos. Também sugeriu a possibilidade de impor tarifas sobre produtos europeus, embora sem detalhar os planos.
Reacção dos mercados e impacto no dólar
Apesar das ameaças, a falta de decisões concretas resultou na queda de 1,2% do dólar no início da semana, em relação a uma cesta de moedas principais. Na quarta-feira, o índice do dólar caiu 0,14%, para 108, influenciado pelas incertezas. O euro desvalorizou 0,07%, ficando em US$ 1,0420, enquanto o iene subiu ligeiramente para 155,40 por dólar.
Analistas, como Tony Sycamore, da IG, apontaram que a ausência de medidas concretas sugere uma abordagem mais cautelosa por parte de Trump, contrastando com as promessas proteccionistas da sua campanha. Essa postura reduziu temporariamente os receios de uma subida acentuada na inflação e de reações agressivas da Reserva Federal.
Perspectivas económicas e tarifárias
A incerteza gerada pelas declarações de Trump não se limita aos Estados Unidos. No Japão, aumentaram as expectativas de que o Banco do Japão eleve as taxas de juro em 0,25 pontos percentuais na próxima reunião, influenciando o iene. Já na China, o yuan manteve-se estável em 7,2735 por dólar, após ter atingido o nível mais forte em um mês.
Alvin Tan, estratega do RBC Capital Markets, destacou que as tarifas propostas sobre produtos chineses, fixadas em 10%, estão muito abaixo dos 60% mencionados durante a campanha de Trump. Essa moderacão foi interpretada como um movimento estratégico para futuras negociações comerciais.
A abordagem tarifária de Trump tem gerado volatilidade nos mercados financeiros, com o dólar a sentir os efeitos de decisões ainda indefinidas. Enquanto investidores avaliam os possíveis cenários, a falta de clareza pode continuar a pressionar a moeda americana e a influenciar as dinâmicas comerciais globais. Num contexto de tensões comerciais, as próximas semanas serão cruciais para definir os rumos da política económica dos Estados Unidos.
Fonte: O Económico