O dólar norte-americano recuou esta quarta-feira, impulsionado pela expectativa quase unânime no mercado de que a Reserva Federal (Fed) irá cortar as taxas de juro em Setembro, após dados de inflação que confirmaram a moderação dos preços ao consumidor. A moeda também foi afectada por novas tensões políticas em torno da independência do banco central.
Os preços no consumidor nos Estados Unidos subiram marginalmente em Julho, em linha com as previsões, e com impacto limitado das tarifas impostas pela administração Trump sobre os preços dos bens. A leitura “benigna” dos dados reforçou as apostas de um corte de 25 pontos base na próxima reunião da Fed, com os mercados a atribuírem agora uma probabilidade de 98% a essa decisão.
Face ao iene, o dólar recuou 0,05%, para 147,76, enquanto o euro se manteve estável nos 1,1676 dólares, após um ganho de 0,5% na sessão anterior. O índice do dólar situava-se nos 98,08 pontos, após queda de cerca de 0,5% na véspera.
Carol Kong, estratega cambial do Commonwealth Bank of Australia, alertou, contudo, que o corte não é totalmente garantido: “Um único relatório pode alterar o debate de política monetária. Ainda precisamos de aguardar os dados que faltam antes de fazer uma previsão robusta sobre a decisão.”
Os rendimentos das obrigações do Tesouro acompanharam a tendência, com a yield a dois anos a cair para 3,7371% e a nota de referência a 10 anos a estabilizar em 4,2965%.
Paralelamente, aumentou a pressão política sobre a Fed depois de a Casa Branca revelar que Donald Trump pondera processar o presidente do banco central, Jerome Powell, devido à gestão das obras de renovação da sede da instituição em Washington. O Presidente tem mantido um histórico de críticas a Powell por não ter reduzido as taxas mais cedo e, recentemente, dirigiu também críticas ao CEO do Goldman Sachs, David Solomon, pela sua avaliação negativa do impacto das tarifas na economia.
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p dir=”ltr”>No mercado cambial, a libra esterlina subiu 0,03%, para 1,3504 dólares, apoiada pela robustez do crescimento salarial no Reino Unido, apesar da nova deterioração do mercado de trabalho. Já o dólar australiano caiu 0,05%, para 0,6526 dólares, e o dólar neozelandês recuou 0,03%, para 0,5953 dólares, num contexto em que o Banco da Reserva da Austrália cortou as taxas e sinalizou possíveis novas medidas de estímulo.
Fonte: O Económico