Resumo
O dólar recuperou ligeiramente à espera do anúncio da Reserva Federal dos EUA sobre cortes nas taxas de juro. Os mercados globais mantêm-se próximos de máximos históricos, com investidores atentos à pressão política sobre a independência dos bancos centrais. O índice do dólar subiu 0,2%, após quedas devido a expectativas de cortes agressivos. O euro recuou para US$ 1,1840, o iene estabilizou e espera-se que a Fed reduza a taxa para 4,00%–4,25%. A incerteza política aumenta com mudanças na Fed e pressões sobre a governadora Lisa Cook. Outros bancos centrais também agem: o Banco do Canadá deve cortar juros, e a Indonésia anunciou o sexto corte desde 2024. Nos mercados de commodities, ouro e petróleo recuaram, com o ouro a US$ 3.665/oz e o Brent a US$ 68,14/barril. As próximas horas serão cruciais para perceber o rumo da Fed e o impacto nos mercados.
O dólar recuperou ligeiramente esta quarta-feira, à espera de uma decisão amplamente antecipada da Reserva Federal dos EUA de cortar as taxas de juro em 0,25 pontos percentuais. Apesar da correção, os mercados globais mantêm-se próximos de máximos históricos, enquanto investidores monitorizam não apenas o ritmo do afrouxamento monetário, mas também o impacto da crescente pressão política sobre a independência dos bancos centrais.
O índice do dólar, que acompanha a moeda contra uma cesta de divisas principais, avançou 0,2% depois de ter sofrido fortes perdas na véspera devido às apostas em cortes agressivos da Fed. O euro recuou para US$ 1,1840 após tocar máximos de quatro anos, enquanto o iene estabilizou depois de uma queda de 0,6% no dia anterior.
Os mercados esperam que a Fed reduza a taxa de referência para a faixa dos 4,00%–4,25%, com foco no discurso do presidente Jerome Powell para avaliar a trajetória futura da política monetária. A incerteza política adiciona tensão: Steven Miran, ex-membro da administração Trump, juntou-se ao board da Fed, enquanto a governadora Lisa Cook enfrenta pressões diretas para ser afastada pelo presidente norte-americano.
Segundo Nina Stanojevic, da St. James’s Place, “um corte de 25 pontos base já está totalmente incorporado nos preços. O que será decisivo é a narrativa sobre o rumo das taxas daqui em diante”.
Além dos EUA, outros bancos centrais também entraram em cena. O Banco do Canadá deve cortar juros para responder ao enfraquecimento do mercado laboral e a tensões comerciais. Já a Indonésia surpreendeu ao anunciar o seu sexto corte consecutivo desde 2024, justificando a medida com a necessidade de estimular o crescimento, após semanas de protestos e instabilidade política.
Nos mercados de commodities, o ouro recuou 0,6% para US$ 3.665/oz, após ultrapassar a barreira dos US$ 3.700 pela primeira vez. O petróleo também cedeu, com o Brent a US$ 68,14/barril e o WTI a US$ 64,20/barril, apesar das tensões geopolíticas continuarem a limitar quedas mais acentuadas.
Com as bolsas globais perto de máximos, as próximas horas serão críticas para perceber se a Fed mantém um tom moderado ou sinaliza cortes adicionais, definindo o rumo não só para o dólar, mas também para ações, obrigações e commodities.
Fonte: O Económico
