O dólar manteve-se próximo das mínimas de dois meses nesta terça-feira, à medida que os investidores avaliam as perspetivas de cortes nas taxas de juro nos Estados Unidos e os riscos associados a políticas comerciais mais protecionistas.
O dólar australiano, por sua vez, registou volatilidade após o Reserve Bank of Australia (RBA) cortar a sua taxa básica de juros em 25 pontos-base, para 4,10%. Esta foi a primeira flexibilização da política monetária na Austrália desde 2020, embora o banco central tenha adotado um tom cauteloso quanto a futuros cortes.
A decisão fez com que o dólar australiano caísse 0,2%, para US$ 0,63441, após atingir uma alta de dois meses de US$ 0,6374 na segunda-feira. Segundo o estrategista do JP Morgan Private Bank, Yuxuan Tang, o mercado já precificou os riscos comerciais, mas a profundidade dos cortes na taxa de juros será mais determinante do que o seu momento.
Perspectivas do Federal Reserve e os impactos no dólar
O foco dos mercados está agora na divulgação da ata da reunião do Federal Reserve (Fed), prevista para quarta-feira. Os investidores esperam obter mais clareza sobre a abordagem do banco central face às pressões inflacionárias e à incerteza comercial.
Os dados mais recentes da inflação nos EUA mostram que os preços ao consumidor registaram a maior subida em 18 meses, o que reforça a posição do Fed de que não há pressa para retomar os cortes de juros.
Segundo uma nota de analistas do ANZ Bank, a incerteza sobre a política comercial dos EUA atingiu níveis recordes, e o sólido mercado de trabalho norte-americano não justifica um corte de juros no curto prazo. O banco antecipa que os cortes só serão retomados no segundo semestre de 2025, com uma flexibilização de 75 pontos-base até ao final do ano.
No entanto, os mercados permanecem menos agressivos nas suas previsões, esperando cortes de apenas 40 pontos-base ainda em 2025.
Iene mantém ganhos e reforça expectativas sobre taxas do Japão
Na Ásia, o yen japonês continua a beneficiar de um contexto de crescimento económico favorável. A moeda manteve-se estável em 151,61 por dólar, após ganhar quase 4% em 2025.
O yen foi impulsionado pelos dados sólidos do PIB do Japão no último trimestre de 2024, aliados a indicadores recentes de inflação, que reforçaram as expectativas de que o Banco do Japão poderá aumentar as taxas de juro ainda este ano. Julho é visto como um momento provável para a próxima decisão de política monetária.
Outras moedas e o contexto geopolítico
O euro e a libra esterlina apresentaram estabilidade, sendo negociados a US$ 1,04735 e US$ 1,2608, respetivamente. O dólar neozelandês caiu 0,3%, para US$ 0,57195, antes da reunião do Reserve Bank of New Zealand, na qual se espera um corte de 50 pontos-base nas taxas de juros.
O índice do dólar, que mede a força da moeda norte-americana face a um cabaz de seis divisas principais, subiu 0,1%, para 106,83, mas continua próximo da mínima de dois meses (106,56), registada na sexta-feira.
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p style=”margin-top: 0in;text-align: justify;background-image: initial;background-position: initial;background-size: initial;background-repeat: initial;background-attachment: initial”>Os mercados também seguem atentos às negociações diplomáticas na Arábia Saudita sobre o conflito na Ucrânia, um fator que poderá influenciar a confiança dos investidores nas próximas sessões.
Fonte: O Económico
