O dólar americano manteve-se estável esta quarta-feira, impulsionado pela incerteza geopolítica em torno da guerra na Ucrânia e pelas novas ameaças tarifárias dos Estados Unidos. Enquanto isso, o dólar neozelandês (kiwi) recuperou parte das suas perdas depois de o Banco da Reserva da Nova Zelândia (RBNZ) sinalizar um ritmo mais lento para os próximos cortes nas taxas de juro.
O RBNZ reduziu a taxa de juro de referência em 50 pontos base, para 3,75%, tal como esperado pelo mercado. O banco central acumula agora uma flexibilização total de 175 pontos base desde Agosto de 2024, tentando estimular a economia do país. No entanto, a autoridade monetária indicou que o ciclo de cortes está a aproximar-se do fim, o que impulsionou o kiwi, que subiu 0,28%, para US$ 0,572.
“Acreditamos que o RBNZ fará uma pausa nos cortes de taxas após Abril e Maio, pois, até lá, deverão surgir sinais de recuperação económica, apesar de a inflação ainda estar acima da meta de 1-3%”, afirmaram economistas do Westpac.
Moedas mantêm-se estáveis enquanto investidores monitorizam tensões EUA-Rússia
No mercado cambial global, as moedas mantiveram-se relativamente estáveis, com os investidores atentos às negociações entre os EUA e a Rússia para um possível cessar-fogo na Ucrânia. O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, declarou que não aceitará um acordo de paz sem o envolvimento de Kiev e da Europa, levando ao adiamento da sua visita à Arábia Saudita para 10 de Março.
Enquanto isso, a Rússia endureceu a sua posição, reiterando que não aceitará uma eventual adesão da Ucrânia à NATO.
O euro, que havia atingido um máximo de duas semanas devido a esperanças de um acordo de paz, perdeu força nos últimos dias. A moeda do bloco europeu valorizou 0,06%, situando-se em US$ 1,0451.
“O euro tem sido afectado pelas divisões claras entre os EUA e a Europa sobre a guerra na Ucrânia”, disse Sean Callow, analista sénior da InTouch Capital Markets.
O índice do dólar, que mede a força do USD face a uma cesta de moedas concorrentes, permaneceu praticamente inalterado em 106,97 pontos.
Trump reforça ameaças tarifárias, mas mercado mantém cautela
O presidente dos EUA, Donald Trump, voltou a ameaçar a imposição de tarifas de 25% sobre automóveis importados e de direitos semelhantes sobre semicondutores e produtos farmacêuticos, mas não deu mais detalhes antes de 2 de Abril.
“Enquanto Trump continuar a ameaçar tarifas sem acções concretas, as grandes posições longas no dólar americano ficarão sob pressão”, comentou Callow.
Os investidores aguardam ainda a divulgação da ata da reunião de Janeiro do Federal Reserve (Fed), prevista para hoje, para obter indicações sobre a política monetária dos EUA. Os mercados antecipam cortes de 36 pontos base nas taxas de juro ao longo de 2025.
Iene e libra esterlina em foco
O dólar caiu 0,16% frente ao iene japonês, situando-se em 151,83 ienes por dólar, à medida que aumentam as especulações sobre um possível aumento das taxas de juro pelo Banco do Japão (BOJ) na reunião de Julho.
A libra esterlina manteve-se estável em US$ 1,2617, depois de ter atingido um máximo de dois meses de US$ 1,2641 no início das negociações. Os investidores aguardam dados de inflação do Reino Unido, que podem influenciar as expectativas sobre a política do Banco de Inglaterra (BoE).
Já o dólar australiano subiu 0,17% para US$ 0,6364, apesar dos dados indicarem que os salários cresceram ao ritmo mais lento em mais de dois anos no quarto trimestre de 2024.
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p style=”margin-top: 0in;text-align: justify;background-image: initial;background-position: initial;background-size: initial;background-repeat: initial;background-attachment: initial”>Com o cenário global ainda incerto, os investidores permanecem atentos aos desenvolvimentos políticos e económicos que possam afectar o rumo dos mercados cambiais.
Fonte: O Económico