Dólar Reforça-Se Antes do Discurso de Powell em Jackson Hole

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O dólar norte-americano consolidou ganhos no final da semana, à medida que os investidores ajustaram as suas apostas em relação a cortes de taxas de juro pela Reserva Federal. As atenções concentram-se agora no aguardado discurso de Jerome Powell, no simpósio anual de Jackson Hole, que poderá redefinir as expectativas da política monetária no curto prazo.

Na última semana, o dólar index — que mede a moeda contra seis pares de referência — registou uma subida de 0,9%, interrompendo duas semanas consecutivas de desvalorização e fixando-se em 98,75 pontos. A recuperação foi impulsionada pela revisão das expectativas dos mercados quanto ao rumo da política monetária norte-americana.

Em Julho, um relatório de emprego mais fraco, com revisões em baixa das contratações de Maio e Junho, havia alimentado especulações sobre cortes mais agressivos nas taxas. Chegou-se mesmo a antecipar a hipótese de uma redução de 50 pontos base em Setembro. Contudo, os sinais subsequentes de pressões inflacionistas e as mensagens prudentes de vários dirigentes da Fed levaram os investidores a reduzir tais apostas.

Segundo o CME FedWatch, a probabilidade atribuída a um corte de 25 pontos base em Setembro caiu para 75%, face aos 92% registados na semana anterior. Analistas sublinham que Powell terá pouco incentivo para se comprometer já com uma decisão, dado que novos dados de inflação e emprego ainda serão publicados antes da reunião.

No mercado cambial, o euro caiu para 1,1583 dólares, o nível mais baixo desde 6 de Agosto, acumulando uma perda semanal de 0,8%, embora mantendo uma valorização anual de 12%. A libra esterlina recuou 1% na semana, para 1,3402 dólares, enquanto o iene desvalorizou para 148,63 por dólar, com expectativa de que o Banco do Japão possa subir taxas em Outubro. O dólar australiano e o neozelandês também registaram perdas acentuadas, de 1,2% e 1,9% na semana, respectivamente.

Analistas como Charu Chanana (Saxo) e Joseph Capurso (CBA) sublinham que o risco é assimétrico: se Powell desafiar a actual precificação dos mercados, poderá reforçar ainda mais o dólar, enquanto a margem de queda da moeda norte-americana parece mais limitada.

Fonte: O Económico

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