Para ele, o Oriente Médio e o mundo estão enfrentando “provações e testes” em todas as frentes. Guterres abriu o discurso falando de Gaza, onde os palestinos passam por uma “punição coletiva”, na opinião do secretário-geral.
Ajuda humanitária e bloqueio
Ele voltou a ressaltar que nada justifica os “ataques terroristas atrozes” de 7 de outubro de 2023 praticados pelo Hamas contra Israel e pediu um cessar-fogo imediato assim como a libertação incondicional de todos os reféns, agora.
Guterres criticou planos de Israel de expandir as operações militares de Gaza para a Cisjordânia e disse que é hora de acabar com o bloqueio que impede a passagem de ajuda humanitária aos Territórios Palestinos.

Ele excluiu qualquer participação da ONU em processos que não respeitem o direito internacional e voltou a expressar seu apoio ao trabalho da Agência de Assistência a Refugiados Palestinos, Unrwa.
Dois Estados e Jerusalém
Um outro ponto de discórdia para as Nações Unidas seria a proposta de deslocamentos forçados de palestinos em Gaza.
Para Guterres, a anexação é ilegal assim como os assentamentos de israelenses em terras palestinas são ilegais. A saída é uma solução política de criação de um Estado Palestino vivendo lado a lado e pacificamente com o Estado de Israel e que tenha a cidade de Jerusalém como capital de ambos.
No próximo mês, França e Arábia Saudita organizam uma conferência de alto nível sobre a situação no Oriente Médio.
Além do conflito israelense-palestino, Guterres citou tensões em outras áreas do mundo árabe ao falar do Líbano e da resolução 1701 do Conselho de Segurança que ressalta a soberania e a integridade territorial do Líbano e de que o governo libanês deve ter controle sobre todo o território.
Síria, Iêmen, Somália e Sudão
Ele pediu apoio firme a um processo político inclusivo, liderado e de propriedade da Síria, baseado nos princípios-chave da Resolução 2254 do Conselho de Segurança – um processo que salvaguarde os direitos e a participação de todos os sírios, independentemente de etnia e religião, e garanta sua proteção.
O secretário-geral da ONU condenou os ataques houthis no Mar Vermelho que prejudicaram significativamente as economias regional e global, ao falar do Iêmen, e elogiou o anúncio feito por Omã, no início deste mês, sobre o fim da tensão na área.
António Guterres voltou a pedir a libertação imediata dos funcionários da ONU e outros que foram presos pelos houthis.
Ao comentar conflitos na África, especialmente Somália e Sudão, Guterres saudou a decisão da Liga Árabe e da União Africana de se reforçar a coordenação multilateral.
Missão da ONU no Iraque encerra-se em dezembro
A ONU está dialogando com atores nacionais e internacionais para pôr fim ao confronto entre grupos armados na Líbia e abordar os obstáculos que impedem as eleições nacionais no país.
O secretário-geral elogiou o processo político que levou à restauração da soberania no Iraque, em 2004, destacando o fortalecimento das instituições e do Estado de direito.
A Missão de Assistência no Iraque deve encerrar sua retirada até o fim deste ano.
Fonte: ONU