ABIBO ALY
A MASSIFICAÇÃO de construções resilientes em zonas propensas a ciclones, utilizando material local, um pouco pelo país, será, nos próximos tempos, uma das apostas do Instituto Nacional de Gestão e Redução do Risco de Desastres (INGD).
Uma das vantagens, tanto do ponto de vista de segurança e de sustentabilidade, quanto das previsões económicas e sociais, é que, com a iniciativa, a instituição pretende reduzir os danos provocados por eventos extremos, segundo afirmou a presidente do INGD, Luísa Meque.
A responsável fez este pronunciamento há dias no distrito da Ilha de Moçambique, província de Nampula, no âmbito da visita de monitoria aos impactos causados pelo ciclone Dikeledi. Para além da Ilha de Moçambique, Luísa Meque escalou também o distrito de Mossuril.
O fenómeno afectou 35.164 pessoas em todos distritos da província assolados, causou cinco mortes, 5475 casas parcialmente destruídas, 2750 totalmente arrasadas, mais de 40 unidades sanitárias arruinadas, 42 escolas afectadas, bem como 95 salas de aula praticamente comprometidas, o que obrigou a activação de três centros de acomodação, hospedando cerca de 722 pessoas que perderam as suas habitações.
“Um dos nossos grandes desafios é que as pessoas não permaneçam muito tempo nos centros de acomodação. As pessoas devem regressar para as suas casas, porque é onde estão os seus bens”, afirmou.
Segundo Meque, a construção resiliente com material local em zonas susceptíveis a ciclones, não só contribui para a protecção da vida e do património, mas também fortalece a economia local e promove práticas mais sustentáveis.
A presidente do INGD explicou que essa abordagem pode ser vista como uma forma de investimento de longo prazo que, além de diminuir os riscos, aumenta a qualidade de vida das comunidades e melhora a capacidade de recuperação. Disse que o material local, quando escolhido e aplicado especificamente, tem maior robustez estrutural, o que pode, por conseguinte, causar menor impacto, em termos de danos nas casas.
Fonte: Jornal Noticias
