EMPODERAMENTO FEMININO: VALORIZAÇÃO SEM EXTREMISMOS

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Fala-se muito, e com razão, sobre o empoderamento feminino. E não poderia ser diferente. Durante séculos, a mulher foi silenciada, invisibilizada e, muitas vezes, reduzida a papéis que não refletiam sua verdadeira capacidade. O tempo de mudar essa realidade chegou. Tempo de abrir espaços, reconhecer talentos, valorizar vozes e permitir que cada mulher seja protagonista da sua própria história.

Nesse processo, é fundamental buscarmos o equilíbrio. Porque empoderar não significa competir com o homem, nem deixar de lado as características próprias de cada mulher. Pelo contrário, empoderar é valorizar a autenticidade, é permitir que a mulher seja forte à sua maneira, com sensibilidade, coragem, inteligência e liderança. Empoderamento é sinônimo de oportunidade, de justiça e de liberdade de escolha. É olhar para cada mulher e afirmar com convicção: “Tu tens o direito de ser o que quiseres ser.” Médica, engenheira, líder comunitária, mãe, ministra, poetisa ou tudo isso ao mesmo tempo. O género não deve ser um obstáculo, mas também não precisa ser exaltado como símbolo de superioridade. O foco deve estar na igualdade de condições e no reconhecimento de capacidades.

É importante também compreender que empoderamento vai além de gestos simbólicos. Ter independência financeira, por exemplo, é um passo importante, mas não resume o conceito. Ser empoderada é ter voz nas decisões, é ocupar espaços com dignidade, é ter liberdade de escolhas. Não se trata de quem paga o quê, mas sim de quem tem autonomia sobre a própria vida.

Ao longo do tempo, discursos diversos têm surgido. Alguns, infelizmente, acabam criando divisões desnecessárias. Mas o verdadeiro empoderamento une. Ele constrói pontes, incentiva o respeito mútuo e promove a colaboração entre mulheres e homens. Uma sociedade justa se constrói com diálogo, compreensão e parceria.

A mulher não precisa se transformar para ser respeitada. Ela é suficiente como é, com sua força, sensibilidade, intuição e capacidade de superação. Em Moçambique, vemos todos os dias exemplos inspiradores de mulheres que enfrentam desafios com coragem. Que acordam cedo para cuidar da família, que estudam enquanto criam filhos, que lideram projectos, comunidades e sonhos. Essas mulheres são reais. E merecem ser reconhecidas, ouvidas e valorizadas. Empoderamento não significa caminhar sozinha. Significa ter liberdade de caminhar com dignidade, lado a lado, construindo juntos uma sociedade mais justa e equilibrada. Mulher empoderada é aquela que tem escolhas, voz activa e espaço para crescer sem precisar diminuir ninguém para isso.

Por isso, empoderar é muito necessário. E deve ser feito com sabedoria, consciência e profundidade. Para que nenhuma menina cresça acreditando que nasceu para menos. E para que nenhum menino cresça pensando que merece mais apenas por ser homem.

Estamos a formar uma nova geração. Que seja, por fim, uma geração de respeito mútuo, de valorização de todos os talentos, e de crescimento conjunto com cooperação, e não competição. Porque uma sociedade mais justa é aquela em que todos caminham juntos, com igualdade, dignidade e esperança.

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