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Thursday, November 13, 2025
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Emprego Jovem: A Batalha Estrutural Que Vai Moldar o Futuro Económico de Moçambique

Resumo

No Simpósio Nacional sobre o Emprego Jovem, o Ministro da Planificação e Desenvolvimento, Salim Cripton Valá, destacou a importância de integrar a juventude na economia de forma produtiva e sustentável em Moçambique. O Governo procura enfrentar desafios como a pressão demográfica, a transformação tecnológica e a reconversão da formação técnica para adaptar o mercado de trabalho em constante evolução. Salim Valá enfatizou que o emprego jovem passou a ser um imperativo central da política económica, não apenas uma preocupação social. O Simpósio foi descrito como um espaço estratégico para analisar a integração dos jovens na economia, produzir evidências sólidas e alinhar diagnósticos num momento de rápida expansão demográfica e aceleração tecnológica em Moçambique.

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p style=”margin-top: 0in;text-align: justify;background-image: initial;background-position: initial;background-size: initial;background-repeat: initial;background-attachment: initial”>No Simpósio Nacional sobre o Emprego Jovem, o Ministro da Planificação e Desenvolvimento, Salim Cripton Valá, apresentou uma leitura clara e politicamente decisiva sobre um dos maiores desafios económicos do país. Da pressão demográfica à transformação tecnológica, passando pela reconversão da formação técnica e pela reorientação do FDEL, o Governo procura definir uma arquitectura de respostas capaz de integrar a juventude na economia de forma produtiva e sustentável.

Moçambique enfrenta um dos momentos mais decisivos da sua trajectória económica recente: integrar uma juventude crescente num mercado de trabalho que se transforma mais rapidamente do que a própria economia nacional. No Simpósio Nacional sobre o Emprego Jovem, o Ministro da Planificação e Desenvolvimento, Salim Cripton Valá, sublinhou que “o emprego jovem deixou de ser apenas uma preocupação social; é hoje um imperativo central da política económica”. A partir daí, delineou uma visão governamental que combina diagnóstico rigoroso, leitura estratégica das tendências globais e uma arquitectura de respostas que procura transformar um risco profundo numa oportunidade de desenvolvimento.

O Simpósio Como Espaço Estratégico de Diagnóstico e Acção

Salim Valá falou num contexto concebido como um espaço técnico e estratégico para analisar, com rigor e profundidade, a capacidade do País de integrar a sua juventude na economia. O Simpósio Nacional sobre o Emprego Jovem,  define-se como um fórum destinado a produzir evidência sólida, alinhar diagnósticos e clarificar prioridades num momento em que a rápida expansão demográfica, a fraca diversificação económica e a aceleração tecnológica tornam a temática do emprego jovem particularmente urgente. A pertinência do evento está, portanto, no facto de oferecer uma plataforma estruturada para compreender o que impede a plena integração dos jovens no mercado de trabalho e como transformar esse desafio num motor efectivo de crescimento económico e inclusão social.

Uma pressão demográfica que ultrapassa a capacidade económica

O Simpósio Nacional sobre o Emprego Jovem , refere que Moçambique vive uma das mais aceleradas expansões demográficas jovens na região. Centenas de milhares de jovens entram todos os anos num mercado de trabalho cuja capacidade de absorção permanece limitada por uma estrutura produtiva ainda dependente de sectores tradicionais, marcados por baixa produtividade e informalidade elevada. O Ministro sintetizou esta realidade afirmando que o país tem “um crescimento da população jovem que excede, de longe, a capacidade da economia para gerar oportunidades de emprego produtivo”.

A economia formal absorve poucos jovens, a diversificação avança devagar e o desfasamento entre juventude e oportunidades transforma-se num dos principais factores de pressão social e económica.

O emprego jovem como questão económica, fiscal e de estabilidade social

O Governo já não aborda o emprego jovem como um tema puramente social. A sua leitura é macroeconómica. Valá foi claro ao afirmar que “sem emprego produtivo para os nossos jovens, o crescimento económico não se traduzirá em bem-estar social, nem garantirá a sustentabilidade fiscal futura”. Esta perspectiva revela que o emprego jovem é, simultaneamente, determinante para a receita pública, para a produtividade nacional e para a coesão social.

Depreeende-se, assim, que o Governo considera a juventude o núcleo da arquitectura económica nacional, sendo o elemento central que irá determinar a trajectória de competitividade, estabilidade e crescimento do país nas próximas décadas.

Formação desajustada às exigências da economia real

O sistema de formação técnica, profissional e superior não acompanhou o ritmo de transformação da economia global. A digitalização, a automação e a inteligência artificial alteraram profundamente o perfil das competências, enquanto o país continua a formar jovens para sectores que estagnam, mantendo défices em áreas que crescem.

O Ministro reconheceu esta desconexão afirmando que “há uma desconexão persistente entre a formação e o mercado de trabalho, que alimenta frustrações e compromete a produtividade nacional”. Para o Governo, torna-se urgente reconverter a formação técnica e profissional, modernizar currículos, reforçar competências digitais e aproximar as instituições de ensino às empresas.

Tecnologia como risco e catalisador de oportunidades

A revolução tecnológica não é neutra. Pode agravar desigualdades ou criar oportunidades, dependendo da capacidade de adaptação do país. Valá sublinhou que “precisamos preparar os jovens para empregos que ainda não existem e para tecnologias que ainda estão a chegar”, defendendo que o país precisa de acelerar o investimento em competências digitais e reconversão profissional.

A juventude moçambicana enfrenta, assim, o duplo desafio de se adaptar ao presente e preparar-se para o futuro.

Uma arquitectura institucional que precisa de ser corrigida

O Governo destacou três elementos fundamentais para transformar o emprego jovem: evidência, coordenação e execução. Valá afirmou que “não se pode formular políticas eficazes com base em percepções; precisamos de dados rigorosos”, identificando a produção e uso de evidência como prioridade.

A coordenação institucional é igualmente essencial, uma vez que o emprego jovem atravessa áreas como educação, economia, finanças, agricultura, indústria, juventude, autarquias e sector privado. Por outro lado, a execução surge como o principal desafio estrutural. O Ministro reconheceu que “o sucesso dependerá menos de mais documentos e mais da nossa capacidade de executar com consistência”.

As frentes de acção que começam a desenhar a resposta governamental

Do discurso emergem várias frentes prioritárias: a reconversão da formação técnica e profissional, para alinhar competências com sectores de maior produtividade; a dinamização das PME’s e o estímulo ao empreendedorismo jovem, para reforçar a criação de postos de trabalho; o fortalecimento dos mecanismos de inserção laboral e de transição escola-trabalho; o investimento em sistemas de informação e monitoria; e o reposicionamento do FDEL como instrumento económico.

Cada uma destas frentes responde a um bloqueio estrutural identificado pelo Governo e insere-se numa lógica de transformação gradual da economia, com foco na produtividade, no emprego e na inclusão.

O FDEL como motor económico dos territórios

O O Fundo de Desenvolvimento Economico Local, (FDEL) ganha um papel renovado na agenda de emprego jovem. De acordo com o Ministro, esta inicitiva governamental, deixa de ser percepcionada como mecanismo assistencial e passa a ser interpretado como instrumento económico capaz de dinamizar mercados locais, financiar actividades produtivas e permitir que jovens nas zonas rurais e periurbanas encontrem oportunidades reais de geração de rendimento.

Valá reforçou esta visão afirmando que “cada metical investido no FDEL é um investimento directo na capacidade produtiva da juventude moçambicana”.

O Simpósio como ponto de partida para a Estratégia Nacional de Emprego

O Ministro foi claro ao afirmar que o simpósio marca “o início de um processo estruturado de formação de respostas para o emprego jovem”. A Estratégia Nacional de Emprego, actualmente em formulação, procurará integrar educação, economia, território, tecnologia e sector privado numa resposta coerente.

Este processo será articulado com a Estratégia Nacional de Desenvolvimento e orientado por metas, indicadores e mecanismos de monitoria.

Uma visão integrada que coloca a juventude no centro da estratégia económica

O Governo entende que não é possível pensar em crescimento económico, sustentabilidade fiscal, competitividade ou estabilidade social sem colocar a juventude no centro da equação. O emprego jovem deixa de ser uma agenda sectorial e passa a ser o eixo que estrutura o futuro económico do país.

A juventude moçambicana é vista, assim, como o activo mais estratégico da nação — e como o factor que poderá determinar se Moçambique aproveitará ou desperdiçará o seu bónus demográfico.

O Simpósio Nacional sobre o Emprego Jovem evidenciou a dimensão estrutural do desafio que Moçambique enfrenta: integrar uma população jovem em rápido crescimento num mercado laboral em transformação acelerada. Com diagnóstico claro, medidas em marcha e uma visão estratégica que coloca a juventude no centro do desenvolvimento, o Governo procura transformar riscos em oportunidades. O futuro económico de Moçambique dependerá, em grande medida, da capacidade de agir com coerência, consistência e urgência — antes que a pressão demográfica ultrapasse a margem de manobra económica e institucional do país.

Fonte: O Económico

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