Uma delegação de empresários japoneses encontra-se em Moçambique para explorar novas oportunidades de investimento, com particular interesse na comercialização de produtos agrícolas e alimentos processados. A iniciativa, liderada pela Câmara de Comércio de Moçambique (CCM), visa fomentar o intercâmbio empresarial entre os dois países e abrir caminho para novas parcerias comerciais.
No encontro realizado em Maputo, o Presidente da CCM, Álvaro Massingue, destacou o potencial agrícola moçambicano, sublinhando que o País dispõe de mais de 36 milhões de hectares de terras aráveis, além de recursos hídricos estratégicos que favorecem tanto a agricultura de sequeiro como a irrigada.
“Moçambique é um país com elevadas potencialidades e grandes oportunidades de negócios, tanto para moçambicanos como para estrangeiros. Este tipo de interação empresarial é essencial para consolidarmos parcerias e atrairmos mais investimentos”, afirmou Massingue.
A delegação japonesa, liderada por Toshihiro Takagi, integra empresários de diversos setores, incluindo marketing, tecnologia, agroindústria e processamento alimentar. O grupo desloca-se esta terça-feira (18) à província de Nampula, onde visitará os distritos de Ribaué e Ilha de Moçambique, numa missão exploratória que permitirá identificar áreas concretas de cooperação.
De acordo com Atsushi Matsunaga, Director do Escritório da Japan External Trade Organization (JETRO-Maputo), os investidores japoneses vêem Moçambique como um destino estratégico para investimentos em agricultura, agroindústria, recursos naturais e indústria transformadora.
“O nosso objectivo é aprofundar as relações comerciais e acelerar as economias de ambos os países. O modelo de intercâmbio empresarial B2B (Business to Business) permitirá alinhar interesses e fomentar sinergias entre as partes”, referiu Takagi.
Este intercâmbio empresarial surge num contexto de crescente interesse do Japão no mercado africano, especialmente em setores estratégicos como a agricultura, energia e tecnologia. Moçambique, com a sua localização geográfica privilegiada e infraestrutura portuária que inclui Maputo, Beira e Nacala, posiciona-se como um dos principais destinos para o investimento nipónico na região.
A missão japonesa poderá representar um novo impulso para a diversificação económica moçambicana, promovendo o aproveitamento de cadeias de valor e impulsionando o setor agroindustrial. O sucesso destas negociações dependerá, contudo, da capacidade de Moçambique em garantir um ambiente de negócios estável e atrativo para o capital estrangeiro.
Caso os encontros resultem em acordos concretos, espera-se que a presença japonesa no mercado moçambicano ganhe novo fôlego, criando empregos, transferência de tecnologia e novas oportunidades para os produtores locais.
Fonte: O Económico