Mahanhela é o mote para o encontro de duas gerações de artistas, duas linguagens e uma multiplicidade de representação sobre o colectivo, a comunhão, esse sentido de estar e ser juntos, vivências.
Com pintura em óleo sobre tela, as obras de Phambi destacam-se por representar “actos humanos”, nos seus estilos de vida, comportamentos e peculiaridades. Enquanto uns entregam o próprio corpo para o peso da vida, outros apegam-se ao lazer e ao entretenimento ou serão as duas coisas, sendo que uma complementa a outra. Mas a mensagem é mais profunda do que o simples materialismo.
As esculturas em cerâmica de Mapfara mostram o interior e o exterior em simultâneo, recusam-se à uma única forma, os rostos multiplicam-se aos nossos olhos e guiam-nos por caminhos sinuosos que ultrapassam a razão. De olhos fechados evitam decifrar-se, deixam para o espectador a tarefa do exorcista.
SOBRE OS ARTISTAS
Phamby, pseudónimo de Isac Abílio Tivane (1996), vive e trabalha em Maputo. Começou a dedicar-se à pintura em 2015, tornando-se membro do Núcleo d’Arte em 2017. Desde então, teve as suas primeiras obras expostas no Núcleo d’Arte. Ganhou mais experiência trabalhando com outros artistas, principalmente com Butcheca e vem participando em várias exposições colectivas tais como: “Colecção Crescente” (2018) na Galeria Kulungwana, “Feições para um Retrato” (2018) em homenagem ao poeta Fernando Leite Couto, na Galeria FFLC. Destacou-se em terceiro lugar no concurso de pintura “Com o Mar no Horizonte” promovido pelo Núcleo d’Arte.
Mapfara, nome artístico de António Horácio Sitoe, nasceu em Maputo aos 29 de Outubro de 1979, tendo iniciado a sua carreira em 1999, quando se junta à ACHUFRE (Associação Cultural). É daqui onde ele aprende a fazer cerâmica como autodidacta e com o passar dos anos vem desenvolvendo um estilo e técnicas próprias influenciando-se na cerâmica moderna e tradicional moçambicana.
As mais recentes exposições em que realizou foram “O espirito do Mpfara” (2024), Galeria do Porto de Maputo e teve a sua obra representada na “Expo Dubai 2020″ Pavilhão de Moçambique e na exposição Colectiva Três Dimensõesʺ: Percursos, Densidades e Possibilidades” (2021), no CCBM e CCFM.
Entre várias distinções foi vencedor do terceiro prémio do concurso FOOTARTE 2010, com o tema “odeio o futebol ou adoro o futebol”; teve uma menção Honrosa da bienal das TDM, 2009, e venceu o Commonwealth arts and Crafts Award 2007/2008 da Fundação Commonwealth.
Fonte: O País