Resumo
Em Maputo, foi realizada uma mesa-redonda para lançar o Plano Estratégico de Genómica Integrado de Moçambique (PLAGIM), com destaque para a importância da genómica na prevenção de doenças e desenvolvimento tecnológico no contexto da One Health. O evento contou com a participação de especialistas como Nália Ismael, Zélia Menete, Lul Riek e Valter Nuaila, que realçaram a singularidade do PLAGIM ao combinar genómica e One Health para enfrentar desafios de saúde pública. O plano, com duração de 10 anos a partir de 2026, visa melhorar a detecção precoce de doenças, acelerar respostas e proteger comunidades contra ameaças de doenças infecciosas e não transmissíveis, abrangendo áreas como saúde humana, animal, plantas e ambiente. A iniciativa é vista como um passo significativo para fortalecer o sistema de saúde pública em África, com base em dados e inovação tecnológica.
O painel contou com a participação de Nália Ismael (Chefe do Laboratório de Biotecnologia e Genética no Instituto Nacional de Saúde), Zélia Menete (Directora-Geral do Instituto de Investigação Agrária de Moçambique), Lul Riek (Director Regional para a Região Austral do África CDC) e Valter Nuaila (Director do Centro Nacional de Biotecnologia e Biociências).
Nália Ismael destacou a singularidade do PLAGIM em relação a outros planos estratégicos de genómica na África, enfatizando suas características e o impacto previsto. “Este plano se distingue de vários outros planos estratégicos de genómica na África. O PLAGIM combina duas estratégias essenciais para enfrentar desafios de saúde pública: a genómica e a One Health. Essas abordagens são actualmente recomendadas para prever, prevenir, controlar e impulsionar inovações tecnológicas. Dessa forma, o PLAGIM posiciona Moçambique entre os países mais bem preparados para enfrentar os desafios da saúde pública.”
Segundo Lul Riek, o lançamento da PLAGIM representa um passo significativo na criação de um sistema de saúde pública em África que seja resiliente e fundamentado em dados. Ao incorporar a genómica na vigilância de doenças, Moçambique está a melhorar a detecção precoce, a acelerar a resposta e a proteger as comunidades contra ameaças de doenças infecciosas e doenças não transmissíveis.
Zélia Menete destacou que muitas doenças se originam no solo e, em seguida, se espalham para animais e humanos. Por isso, a instituição que ela dirige tem utilizado a genómica para diminuir o impacto de pragas e doenças que afectam animais e plantas, especialmente culturas de grande importância, como milho e mandioca. Menete também destacou o uso potencial da genómica para orientar pessoas saudáveis, prevenindo doenças tanto em nível individual quanto populacional.
Valter Nuaila indicou diversos catalisadores nacionais para a execução do PLAGIM, ressaltando a Política de Ciência, Tecnologia e Inovação, que foi aprovada em 2024. De acordo com Nuaila, a política mencionada reconhece o desenvolvimento fundamentado no conhecimento, a importância da inovação como instrumento para o progresso e a criação de novas soluções adaptadas ao contexto nacional, além de alguns pilares essenciais, como a tecnologia e a nanotecnologia.
O plano estratégico de genómica integrado tem abrangência de 10 anos, com início em 2026 e inclui as áreas de saúde humana, animal, plantas e ambiente.
Fonte: INS





