Os minutos iniciais do Estrela-Sporting evidenciaram o desequilíbrio de forças presente no José Gomes, onde o líder defrontou o 16.º classificado da Liga.
Gyökeres ameaçou o golo quando ainda não estava esgotado o primeiro minuto de jogo e Matheus Reis acertou no ferro pouco depois.
Tal como em muitas outras noites, a equipa de Rui Borges teve uma entrada de leão. Nos 20 minutos iniciais, o campeão nacional chegou a ser esmagador. Laterais muito projetados e Quenda e Trincão a juntarem-se a Gyökeres numa pressão asfixiante que impediu a equipa da casa de ter bola por mais do que alguns segundos.
Mas, tal como em tantas outras crónicas escritas sobre este Sporting, não conseguiu prolongar esse ascendente no tempo.
Mesmo sem conseguir ter o controlo do jogo, o Estrela foi capaz de equilibrá-lo durante escassos minutos até à expulsão de Guilherme Montóia por acumulação de amarelos pouco depois da meia-hora.
O que se jogou até final da primeira parte tornou evidentes duas coisas: que o Estrela ia sofrer muito, mas também que o Sporting teria, para sair da Reboleira com os três pontos e sem sobressaltos, de ser mais criativo com bola e veloz na circulação.
Lançado no jogo logo no início da segunda parte, Geny Catamo trouxe com ele condições para que o Sporting construísse um triunfo robusto. Não só pela capacidade individual que tem, mas porque permitiu que o campeão nacional tivesse – sem Fresneda em campo – mais um criativo em zonas adiantadas do terreno.
À equipa da casa, tivesse ela mais ou menos estrela, já seria difícil discutir um jogo com o Sporting. Pior ainda quando uma equipa frágil, como ela o é, torna a sua missão ainda mais impossível, como já havia acontecido com a expulsão de Montóia na primeira parte e aconteceria no início da etapa complementar, quando Alan Ruiz cometeu um penálti desnecessário que Gyökeres converteu.
Nesse momento percebeu-se que a história deste Estrela-Sporting estava praticamente contada pela parte de quem levaria os três pontos.
Rodrigo Pinho ainda falhou uma emenda na zona da pequena-área e o recém-lançado Chico Banza marcou, mas em posição irregular.
Pequenos sustos que não colocaram em risco a vitória do leão, que no momento do golo anulado já tinha dobrado a vantagem por Geovany Quenda e ainda marcou mais um, novamente de penálti, por Gyökeres (Rúben Lima foi expulso e deixou o Estrela com nove), que chegou aos 30 golos na Liga.
O Sporting volta a descolar do Benfica numa noite de triunfo de justiça incontestável, mas na qual teve a vida ainda mais facilitada por um adversário frágil e, a somar a isso, negligente.
Mérito de quem o sabe aproveitar.
Fonte: CNN Portugal