Estudo envolvendo Brasil mostra relação entre castigos corporais na infância e comportamento agressivo

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Disciplina violenta, que envolve força física com a intenção de causar dor ou desconforto, é generalizada

Um estudo sobre castigos corporais a crianças foi realizado em seis países, incluindo o Brasil. Os homens que sofreram essa e outras formas de violência na infância foram considerados mais propensos a cometer agressões contra o parceiro íntimo.

O estudo abrangeu Chile, Croácia, Índia, México e Ruanda e relata sequelas como “atitudes de gênero injustas, envolvimento em brigas ou roubos fora de casa, pagamento por sexo, baixa autoestima e depressão”.

Boa comunicação

Quando adulto, o grupo da população estudado era menos propenso a participar de tarefas domésticas, comunicar-se abertamente com seus parceiros, comparecer a consultas pré-natais com uma parceira grávida ou tirar licença paternidade.

Em nível global 330 milhões de crianças menores de cinco anos são regularmente punidas por meios físicos
© Unsplash/Nadine Shaabana

Em nível global 330 milhões de crianças menores de cinco anos são regularmente punidas por meios físicos

A Organização Mundial da Saúde, OMS, aponta que os custos econômicos do castigo corporal e outros “são substanciais para a sociedade” ao agravarem a carga sobre os serviços de saúde física ou mental, proteção à criança, justiça criminal bem como a perda de capital humano.

Cerca de 1,2 bilhão de crianças em todo o mundo sofrem castigos corporais em casa, revela o novo relatório da OMS, que abarca ainda estatísticas do Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef.

documento menciona que as consequências do castigo corporal infantil podem durar a vida toda e prejudicar a saúde física e mental, a educação e o funcionamento social e ocupacional.

Falta de ação contra a violência escolar

A violência contra crianças custa de 2% a 5% do PIB global por ano. Segundo o Banco Mundial, a falta de ação contra a violência escolar, incluindo o castigo corporal, custa cerca de US$ 11 trilhões em perda de rendimentos em longo prazo.

O relatório descreve ainda os fatores de risco em níveis individual, familiar, comunitário e social.

A publicação conclui haver provas científicas contundentes de que o castigo corporal infantil acarreta múltiplos riscos de danos e não traz benefícios para as crianças, os pais ou a sociedade.

Esforços para promulgar e aplicar leis que proíbam o castigo corporal são necessários, mas não suficientes, e devem ser acompanhados por esforços para apoiar pais e professores no uso de abordagens disciplinares positivas e não violentas.

 

A disciplina violenta, que envolve força física com a intenção de causar dor ou desconforto, é generalizada. A OMS adverte, no entanto, que pode ter efeitos prejudiciais ao bem-estar das crianças.

Agressão psicológica ou castigo físico

Cerca de 1,6 bilhão de crianças em todo o mundo sofrem punições violentas por parte de cuidadores em casa e destas, 1,2 bilhão sendo submetidas a castigos corporais.

Até mesmo crianças muito pequenas são afetadas, com quase 400 milhões com menos de cinco anos sofrendo agressão psicológica ou castigo físico no lar com impacto no comportamentais e comprometimento do desenvolvimento social e cognitivo.

Formas severas de violência

A OMS distingue o castigo corporal como um problema de saúde pública devido à sua natureza generalizada e aos impactos negativos na saúde e no bem-estar infantil.

Em 58 países onde a gravidade de casos foi categorizada, até 17% das crianças submetidas a qualquer castigo corporal sofreram formas severas como pancadas na cabeça, rosto ou orelhas, ou dadas com força e de forma repetida no mês anterior à análise.

Mesmo contra bebês e crianças muito pequenas o castigo corporal também é comum. Em nível global 330 milhões de crianças menores de cinco anos que são regularmente punidas por meios físicos a cada ano, ou metade de todo o planeta.

As taxas variam por regiões, embora o tipo de disciplina em casa seja comum em todo o mundo.

Fonte: ONU