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Etiópia e Sudão do Sul procuram experiência de Moçambique na gestão de riscos de desastres naturais

Resumo

A Etiópia e o Sudão do Sul procuram aprender com a experiência de Moçambique na gestão de riscos de desastres naturais, devido à crescente intensidade de eventos climáticos extremos em África. Moçambique desenvolveu ao longo dos anos um sistema estruturado de gestão de riscos, com planos de contingência, coordenação interinstitucional e envolvimento das comunidades locais. O modelo moçambicano destaca-se pela existência de planos nacionais e provinciais de contingência, ativação antecipada de medidas de resposta e uso de informação meteorológica e hidrológica para orientar decisões estratégicas. Além da resposta imediata a desastres, há um foco na redução de riscos a médio e longo prazo, com investimento em capacitação comunitária, educação para a prevenção e integração da gestão de riscos nos planos de desenvolvimento locais.

Por: Alfredo Júnior

A intensidade e a frequência crescentes de eventos climáticos extremos em África têm levado vários países a procurar soluções conjuntas para reduzir os impactos humanos, sociais e económicos dos desastres naturais. Neste contexto, a Etiópia e o Sudão do Sul manifestaram interesse em conhecer a experiência de Moçambique na gestão de riscos de desastres, reconhecendo o percurso do país na prevenção, preparação e resposta a ciclones, cheias e secas.

Moçambique é considerado um dos países africanos mais expostos a fenómenos climáticos severos, sobretudo ao longo da costa do Índico e nas bacias hidrográficas do centro e norte do país. Essa vulnerabilidade forçou o Estado moçambicano a desenvolver, ao longo dos anos, um sistema relativamente estruturado de gestão de riscos, baseado em mecanismos de aviso prévio, planos de contingência, coordenação interinstitucional e envolvimento das comunidades locais.

O interesse da Etiópia e do Sudão do Sul centra-se, principalmente, na forma como Moçambique articula instituições públicas, parceiros humanitários e autoridades locais em emergências. O modelo moçambicano destaca-se pela existência de planos nacionais e provinciais de contingência, pela activação antecipada de medidas de resposta e pela utilização de informação meteorológica e hidrológica para orientar decisões estratégicas. Estes elementos são considerados essenciais para reduzir perdas humanas e melhorar a eficiência da assistência às populações afectadas.

Além da resposta imediata a desastres, as delegações demonstraram atenção às estratégias de redução de riscos a médio e longo prazo. Moçambique tem investido, ainda que com limitações, na capacitação comunitária, na educação para a prevenção e na integração da gestão de riscos nos planos de desenvolvimento locais. Esta abordagem reconhece que os desastres não são apenas fenómenos naturais, mas também o resultado de fragilidades sociais, económicas e institucionais.

Apesar dos avanços, a experiência moçambicana não está isenta de desafios. A dependência de financiamento externo, as dificuldades logísticas em zonas remotas e a necessidade de reforçar infraestruturas resilientes continuam a limitar a eficácia do sistema. Estes aspectos fazem parte das lições que a Etiópia e o Sudão do Sul procuram compreender, não apenas para replicar boas práticas, mas também para evitar erros e adaptar soluções às suas realidades específicas.

A procura da experiência de Moçambique reflecte uma tendência crescente de cooperação Sul-Sul em África, baseada na partilha de conhecimento entre países que enfrentam desafios semelhantes. Num continente cada vez mais exposto aos efeitos das alterações climáticas, esta troca de experiências pode fortalecer capacidades nacionais e regionais, promovendo respostas mais coordenadas e sustentáveis.

Em última análise, o interesse da Etiópia e do Sudão do Sul sublinha o reconhecimento de que a gestão eficaz dos riscos de desastres exige aprendizagem contínua, cooperação regional e compromisso político. Moçambique, apesar das suas fragilidades, apresenta-se hoje como um laboratório de experiências que podem contribuir para uma abordagem africana mais sólida e integrada diante das crises climáticas.

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