O Financial Times revelou que Darren Woods, CEO da ExxonMobil, solicitou garantias de segurança ao Presidente da República, Daniel Chapo, durante a Assembleia Geral da ONU, como condição para avançar com o terminal de gás natural liquefeito avaliado em cerca de 30 mil milhões de dólares. A informação foi posteriormente confirmada pela Reuters.
Segundo o Financial Times , o pedido de Darren Woods foi explícito: a ExxonMobil só avançará com o mega-projecto de gás na Bacia do Rovuma se o Governo de Moçambique assegurar condições sólidas de segurança. A exigência reflecte o impacto prolongado da instabilidade em Cabo Delgado, província que tem sido alvo de ataques armados, colocando em risco a confiança dos investidores.
A Reuters acrescenta que a empresa tem mantido sob análise o contexto de risco e que a decisão final sobre o terminal dependerá da resposta das autoridades moçambicanas e da percepção de estabilidade no terreno.
Avaliado em US$ 30 mil milhões, o terminal da ExxonMobil figura entre os maiores investimentos energéticos de África. A sua concretização poderá redefinir a trajectória económica de Moçambique, reforçando receitas fiscais, criando emprego e impulsionando cadeias de fornecimento nacionais em sectores como logística, transportes, construção e serviços técnicos especializados.
O impacto macroeconómico seria igualmente profundo, traduzindo-se em maior robustez das reservas externas, melhoria da balança de pagamentos e novas oportunidades para a industrialização. Mas a interdependência entre segurança e investimento volta a ficar evidente: sem garantias de estabilidade, o risco de adiamento persiste.
Para Moçambique, a decisão da ExxonMobil será determinante não apenas em termos de exportações, mas também como sinal da capacidade do Estado em transformar o potencial energético em desenvolvimento económico sustentável e inclusivo.
Fonte: O Económico